Músico cofundador do Pink Floyd utilizou casaco preto, braçadeira vermelha e um fuzil durante apresentação
Giovanna Gomes Publicado em 26/05/2023, às 16h37
A polícia de Berlim anunciou nesta sexta-feira, 26, que deu início a uma investigação contra o cofundador do Pink Floyd, Roger Waters, por incitação ao ódio. A decisão ocorre após um episódio em um show na capital alemã, no qual o músico vestiu um uniforme de estilo nazista.
"Estamos investigando uma suspeita de incitação ao ódio público porque as roupas usadas no palco podem ser utilizadas para glorificar ou justificar o regime nazista, perturbando a ordem pública", disse à AFP Martin Halweg, porta-voz da polícia de Berlim. "As roupas lembram o uniforme de um oficial da SS", acrescentou.
De acordo com informações da agência de notícias, a investigação o show em questão foi realizado no dia 17 de maio deste mês, na Mercedes-Benz Arena. Imagens divulgadas nas redes sociais da organização Stop Antisemitism mostram Waters com um casaco preto e braçadeiras vermelhas segurando um fuzil.
"Roger Waters interpreta o Pink Floyd, um astro do rock que tem uma overdose e cai na loucura, alucinando que é um ditador em um comício fascista, e o público é seu apoiador. É um papel famoso interpretado por Bob Geldof no filme 'Pink Floyd: The Wall' (1982)", escreveu a organização Stop Antisemitism em suas redes sociais ao publicar fotos do britânico usando casaco preto, braçadeira vermelha e segurando um fuzil.
A mídia alemã e israelense também relatou que durante o show, Waters exibiu os nomes de diversas pessoas falecidas em um telão, incluindo Anne Frank, a jovem judia que perdeu a vida em um campo de concentração nazista, e Shireen Abu Akleh, uma jornalista com cidadania palestina e americana do canal Al Jazeera, que faleceu em uma operação israelense em maio de 2022.
De acordo com a revista "Billboard", as imagens mostravam figuras que foram vítimas de violência por parte das autoridades. Além de Anne Frank e Shireen Abu Akleh, foram mencionadas Sophie Scholl, integrante do movimento de resistência antinazista Rosa Branca, que foi morta em 1943; Mahsa Amini, que faleceu após ser detida pela polícia de moralidade no Irã no ano passado; e George Floyd, que foi asfixiado pela polícia nos Estados Unidos.
"Estamos investigando e, após a conclusão do procedimento, transmitiremos as informações ao Ministério Público para uma última avaliação jurídica", acrescentou o porta-voz da polícia. O MP decidirá se o cantor britânico, 79 anos, será processado ou não.
O show de Waters em Berlim recebeu uma série de críticas em Israel, inclusive do ministério israelense das Relações Exteriores, que afirmou que o músico "profanou a memória de Anne Frank e de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto".
Waters quer comparar Israel com os nazistas. Ele é um dos maiores críticos dos judeus de nossa época", escreveu Danny Dano, embaixador de Israel na ONU, em seu perfil no Twitter.
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