Laje de Saint-Bélec foi descoberta em 1900 e, desde então, vem intrigando pesquisadores
Fabio Previdelli Publicado em 19/10/2023, às 14h46
Em 1900, um historiador descobriu uma pedra da Idade do Bronze de cerca de 4 mil anos. A rocha chegou a ser levada ao Museu de Antiguidades Nacionais para estudo. Mas suas linhas e traços permaneceram um mistério por décadas. Assim, a rocha passou mais um século na adega de um castelo.
Em 2014, uma nova equipe redescobriu o fragmento — que ganhou o nome de laje de Saint-Bélec. Agora, pesquisadores descobriram se tratar de um "mapa do tesouro" para monumentos perdidos na França.
Usar o mapa para tentar encontrar sítios arqueológicos é uma ótima abordagem. Nunca trabalhamos assim", apontou Yvan Pailler, professor da Universidade da Bretanha Ocidental.
Sabe-se que arqueólogos dependem de equipamentos de radar ou fotografias para encontrar esses locais antigos, mas a descoberta muda esse cenário. "É um mapa do tesouro", disse Pailler.
O único ponto contrário, porém, repercute o Daily Mail, é que os pesquisadores levarão muito tempo para decodificar os traços misteriosos — estima-se que o processo durará cerca de 15 anos. Isso acontece pelo fato da pedra, que possui 1,50m x 1,80m, representar uma área de 30km por 21 km.
Para completar a missão, Yvan e Clement Nicolas, do instituto de pesquisa CNRS, uniram forças com especialistas de universidades da França. "Havia alguns símbolos gravados que fizeram sentido imediatamente", apontou Pailler.
Algumas saliências e linhas mais grossas representam rios e montanhas da comuna francesa de Roudouallec — que fica a cerca de 500 quilômetros ao oeste de Paris e já fez parte da Bretanha.
Os especialistas apontam que a laje de Saint-Bélec possui cavidades que podem indicar a localização de túmulos, habitações ou depósitos geológicos. Sua decifração pode acarretar mais descobertas.
Para ajudar no processo, a rocha foi digitalizada e seus traços foram comparados com mapas atuais, o que representou uma incrível taxa de 80% com marcos naturais na área da Bretanha Ocidental.
Também foi descoberto que a topografia foi feita propositalmente em 3D, para representar o vale do rio Odet — enquanto linhas em menor revelo representam sua rede fluvial. "Ainda temos que identificar todos os símbolos geométricos, a legenda que os acompanha", disse Nicolas.
Na tentativa de encontrar mais respostas, escavações estão sendo feitas no local onde a laje de Saint-Bélec foi descoberta. O local é considerado um dos maiores cemitérios da Idade do Bronze na Bretanha. "Estamos tentando contextualizar melhor a descoberta, para ter uma forma de datar a laje", informou Pailler.
A nova busca já revelou fragmentos da pedra que foram quebrados e reaproveitados como parede de uma tumba. Com isso, Clement Nicolas sugere que o antigo reino já foi próspero, mas que entrou em colapso após uma série de revoltas e rebeliões há milhagres de anos — o que causou danos da rocha.
A laje gravada já não fazia sentido e estava condenada a ser quebrada e usada como material de construção", finalizou.
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