Reino Unido: Idosa de 96 anos se torna pessoa mais velha condenada por direção perigosa

Uma mulher de 96 anos, considerada a pessoa mais idosa condenada por causar morte ao dirigir perigosamente, recebeu uma sentença suspensória após ter atropelado e matado outra mulher em frente ao clube de carteado que frequentava.

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June Mills, residente de Ainsdale, Merseyside, no Reino Unido, foi sentenciada na segunda-feira, 30, a 18 meses de prisão com pena suspensa (ou seja, a ré poderá cumprir a pena em liberdade condicional) no Tribunal da Coroa de Liverpool. O incidente ocorreu em 2 de agosto do ano passado, quando seu veículo subiu na calçada e atingiu duas pessoas.

Mills, que tem mobilidade reduzida, admitiu ter causado a morte de Brenda Joyce, de 76 anos, e ferido Jennifer Ensor, de 80 anos. O acidente ocorreu após as três terem saído do clube de carteado local em Elbow Lane, Formby.

Durante a sentença, o juiz Simon Medland KC declarou: "Sob qualquer perspectiva, este caso é uma tragédia absoluta. A Sra. Joyce faleceu, a Sra. Ensor ficou ferida, você perdeu seu bom caráter e agora se encontra no banco dos réus do Tribunal da Coroa de Liverpool."

O atropelamento

Robert Dudley, representante da acusação, relatou que as vítimas estavam caminhando na calçada quando foram atingidas pelo carro de Mills. Durante a audiência, Mills estava em uma cadeira de rodas e vestia um agasalho verde e um cobertor xadrez sobre os joelhos. 

Em declaração preparada para a polícia, ela afirmou que o pedal do acelerador parecia ter "caído no chão" enquanto manobrava ao redor de um carro estacionado e avançou abruptamente.

Tudo aconteceu muito rápido. Havia pessoas à minha frente e não pude evitar atingi-las porque o carro estava indo muito rápido. Eu não tinha controle sobre ele", prosseguiu, conforme repercutiu o The Independent.

O tribunal foi informado que o marido de Joyce não apoiava a acusação. Em um depoimento lido em tribunal, a Sra. Ensor descreveu ter sofrido lesões físicas menores, incluindo danos nos tendões que a impedem de jogar golfe plenamente, além de um "sentimento de culpa" por ter sobrevivido.

Tom Gent, advogado de defesa, afirmou: "Este é claramente um caso extremamente triste. A Sra. Mills está profundamente arrependida pelo ocorrido. As consequências assombrarão ela para sempre. Ela sente muita vergonha e culpa."

Gent também destacou que Mills, ex-conselheira de carreira que renunciou à carteira de motorista após o acidente, estava envolvida em trabalhos voluntários com vítimas de crimes e jovens infratores e recentemente acolheu refugiados ucranianos.

Ele acrescentou que Mills agora aceita que provavelmente aplicou aceleração excessiva por engano, fazendo com que o carro avançasse e subisse na calçada.

O juiz Medland considerou os relatos pré-sentença e várias referências ao bom caráter da ré para decidir pela suspensão da pena inicial de 18 meses. Mills foi condenada a pagar uma multa de £1.500 e £500 (R$ 10.900 e R$3.600) em custos judiciais e foi desqualificada para dirigir por cinco anos.

O sargento detetive Andy Roper, da Unidade de Investigação de Colisões Graves, expressou suas condolências: "Nossos pensamentos permanecem com a família e amigos de Brenda enquanto continuam lidando com os trágicos eventos do último agosto. Esta foi uma investigação complexa e difícil que resultou na sentença proferida hoje."

Embora nada possa trazer Brenda de volta, esperamos que este desfecho ajude na recuperação deles e proporcione algum grau de encerramento", finalizou.