Quitandinha, hotel-cassino que recebeu presidentes, será aberto ao público

O Hotel-Cassino Quitandinha, inaugurado em fevereiro de 1944, passou uma década sendo uma das principais opções de hospedagem de luxo no Brasil, recebendo desde presidentes até estrelas de Hollywood. Agora, o prédio será reinaugurado para o público como um centro cultural do Serviço Social do Comércio (Sesc).

Segundo reportagem do Estadão, o Sesc-RJ comprou a parte administrativa do Palácio Quitandinha, o prédio de Petrópolis onde já houve um hotel-cassino, em 2007, e desde então o transformou em um importante espaço para atividades culturais. Agora, a partir da última sexta-feira, 14, o local passa a ser, oficialmente, o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ).

Com essa nova configuração, o palácio abrigará exposições de longa duração e terá um calendário permanente de shows. Além disso, no próximo ano, 2024, serão inaugurados um cinema e um mercado gastronômico, se juntando aos já abertos bistrô, café e butique que ocupam a área do Palácio Quitandinha hoje.

História do hotel

Joaquim Rolla foi o idealizador e fundador do que ele queria que fosse o maior hotel-cassino da América Latina. A parte de "cassino" durou pouco, já que os jogos de azar foram proibidos durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, em 1946, porém o hotel de luxo continuou em operação até 1954, quando seus apartamentos foram vendidos para que o Palácio Quitandinha se transformasse em um condomínio.

Na década em que o hotel funcionou, ele contava com a segunda maior cúpula do mundo, com 30 metros de altura e 50 de diâmetro, e com uma praia artificial de frente para o palácio, com areia trazida diretamente da praia de Copacabana. Nesse ambiente, o ex-presidente Getúlio Vargas assinou sua carta declarando guerra contra o Eixo. Segundo o Estadão, o ditador do Estado Novo tinha seu próprio quarto no hotel-cassino.

Além de Vargas, muitas foram as celebridades internacionais que visitaram o Quitandinha, como Walt Disney, a atriz sueca Greta Garbo, a atriz estadunidense Lana Turner e o diretor de "Cidadão Kane", Orson Welles.