O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sancionou uma lei que estabelece o dia 23 de julho como o Dia em Memória às Vítimas da Chacina da Candelária. A iniciativa partiu das vereadoras Teresa Bergher e Mônica Cunha, e a sanção foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira, 14.
A justificativa das parlamentares remete à trágica noite de 23 de julho de 1993, quando pouco antes da meia-noite, dois veículos com placas cobertas pararam em frente à Igreja da Candelária, no Centro da cidade, conforme repercutido pelo jornal O Globo.
Na ocasião, os ocupantes abriram fogo contra dezenas de pessoas, em sua maioria adolescentes, que estavam dormindo nas proximidades da igreja. O ataque resultou na morte de seis menores e dois adultos, além de deixar várias crianças e adolescentes feridos.
Motivo
A motivação por trás da chacina seria uma suposta vingança pelo apedrejamento de uma viatura policial pelos menores, ocorrido no dia anterior. Um guardador de carros atingido por quatro tiros sobreviveu e se tornou a única testemunha ocular do acontecimento, que ganhou notoriedade internacional como a "Chacina da Candelária".
À época do ocorrido, cerca de 72 crianças e jovens habitavam os arredores da Candelária. Ao longo das três décadas seguintes, muitos desses meninos desapareceram ou foram vítimas de violência fatal.
Apesar das investigações e do julgamento que se estendeu por anos, apenas três policiais militares foram condenados, recebendo penas que totalizavam mais de 200 anos. Contudo, foram beneficiados por indultos e um ex-policial faleceu durante o processo judicial.