Situado no Canal da Mancha, local — que foi destruído no fim da Segunda Guerra — abrigava campos de trabalho escravo e foi antro onde soldados de Hitler realizavam atos hediondos
Fabio Previdelli Publicado em 31/03/2020, às 11h10
Um campo de concentração nazista, na ilha de Alderney, no Canal da Mancha, foi estudado pela primeira desde sua destruição no final da Segunda Guerra Mundial. Foi revelado que, no local, soldados de Hitler realizavam atos hediondos contra prisioneiros.
Alderney foi o lar dos únicos campos de concentração nazista na Grã-Bretanha — lá, mais de 30 estruturas foram encontradas por arqueólogos que usaram radares de penetração no solo. Uma das descobertas mais recentes foi que um dos campos, administrados pela Schutzstaffel, em 1943, dispunha de um túnel em um dos banheiros dos soldados, abaixo da cerca de arame farpado, que ia até uma vila fora do campo.
Os pesquisadores não tem certeza sobre seu real objetivo, mas acreditam que a trilha possa ter sido usada para encontrar mulheres em bordeis. Outras descobertas incluem locais onde prisioneiros ficavam e outras construções da SS — como quartéis, cozinhas, banheiros e vestiários —, além de postes e restos de cercas.
Alguns desses locais permanecem visíveis até hoje, como uma área para cavalos e um campo para trabalho de escravos da SS. No entanto, os pesquisadores procuram descobrir sinais ocultos do período nazista. Os ocupantes alemães destruíram o máximo possível de evidências quando, em 1944, ficava mais evidente que as forças Aliadas venceriam a guerra.
Usando métodos não invasivos, os pesquisadores foram capazes de identificar e mapear as principais características do campo e mostrar como ele se expandiu de um pequeno campo de trabalhos forçado de 100 pessoas até um completo campo de extermínio nazista comandado por tiranos da SS.
No total, 32 espaços foram descobertos: sendo quatro fronteiras, cinco estruturas para soldados da SS, duas para comandantes e 21 para presos. O campo foi dividido em dois conjuntos separados, um para os prisioneiros e outro para as tropas da SS, por um muro coberto de pedra e postes.
Os pesquisadores, liderados por acadêmicos da Universidade de Staffordshire, usaram dados do Lidar e pesquisas geofísicas para revelar o que havia sob a superfície. Assim, um mapa digital foi produzido sem a necessidade de nenhuma escavação física — o que ajuda na preservação do local.
As descobertas foram comparadas às plantas históricas do campo que sobreviveram à guerra, o que permitiu os pesquisadores a entender o que cada estrutura era. "Este trabalho lançou uma nova luz sobre a ocupação alemã em Alderney e, crucialmente, as experiências dos milhares de trabalhadores forçados e escravos que foram enviados para lá", disse o professor Sturdy Colls, que liderou o estudo.
“Abordagens históricas, forenses e arqueológicas finalmente ofereceram a possibilidade de descobrir novas evidências e dar voz àqueles que sofreram e morreram em Alderney há muitos anos”, concluiu.
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