Coração de Dom Pedro I em estado de conservação à esquerda e Jair Bolsonaro à direita - Reprodução/Youtube/Irmandade da Lapa e Getty Images
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Para atrair votos: Bolsonaro foi aconselhado a trazer coração de Dom Pedro, diz colunista

A vinda do coração de D. Pedro I teria sido uma ‘manobra’ do governo de Bolsonaro

Redação Publicado em 22/08/2022, às 15h35

Na próxima terça-feira, 23, chega ao Brasil o coração de Dom Pedro I, que foi emprestado de Portugal para as celebrações dos 200 anos de Independência do país, que acontece no próximo dia 7. Porém, a decisão de trazer o órgão para o país teve como argumento a eleição presidencial que acontece em outubro.

Segundo o colunista Jamil Chade, do Uol, fontes no Palácio do Planalto informaram que a iniciativa foi considerada uma “tacada eleitoral” por conselheiros do presidente, que atende satisfatoriamente a parcela da população que tenha forte cunho patriótico.

O evento do recebimento do coração ocorrerá em uma cerimônia, com todo o copo diplomático, em Brasília. A campanha eleitoral de Bolsonaro, de acordo com o colunista, tenta se basear no resgate do “orgulho” dos símbolos nacionais. Desta forma, o coração do soberano se encaixa perfeitamente nos padrões de sua propaganda.

Opiniões contrárias

Muitos especialistas e historiadores foram contra a decisão de trazer o órgão de D. Pedro I para o país, e mesmo dentro do Itamaraty, a iniciativa causou um mal-estar. Uma parcela considerável da chancelaria entende o gesto como “constrangedor” para um país da grandeza do Brasil.

Outra questão apontada foi o desrespeito aos desejos do imperador, já que ele decidiu que apenas seu corpo ficasse no Brasil. A historiadora Lilia M. Schwarcz opina que Bolsonaro "tenta ser retratado como um príncipe, que é obrigado e tem um fardo de ir contra o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal para restituir a soberania nacional, que está ameaçada pelo comunismo, pelas pessoas que não têm pátria ou religião".

Lilia ainda afirma que o presidente se coloca na mesma posição de D. Pedro I, tentando “sequestrar” símbolos nacionais, assim como os conceitos de democracia, ainda que esteja invertendo o sentido da palavra.

É sequestro ainda mais profundo. Na comemoração de Bolsonaro, só há um desfile militar. Não há uma festa civil. E a liberdade deve ser uma questão de todos nós", completou ela.
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