Sítio arqueológico de Poulnabrone, onde foram encontrados os ossos - Wikimedia Commons
Arqueologia

Ossos de 4 mil anos revelam o registro mais antigo de Síndrome de Down

Pesquisadores analisaram as ossadas de um recém-nascido, encontradas no sítio arqueológico de Poulnabrone, na Irlanda

Vanessa Centamori Publicado em 18/06/2020, às 07h00

Um estudo publicado na Revista Nature, por pesquisadores da Inglaterra e Irlanda, na última quarta-feira, 17, revela uma descoberta impressionante: ossos de 4 mil anos provenientes de um bebê com Síndrome de Down. Os pesquisadores acreditam que identificaram o registro mais antigo da condição genética caracterizada por um cromossomo extra.

Foi possível chegar à essa conclusão após uma análise minuciosa do DNA da ossada. Além disso, o formato dos ossos também ajudou, já que, normalmente, nenéns com a chamada trissomia do cromossomo 21 possuem crânios com formas distintas. 

No caso do bebê analisado, ele já tinha sido até amamentado antes de morrer, aos seis meses de idade. O recém-nascido estava enterrado junto de outras crianças e adultos, em um local chamado Poulnabrone, na costa oeste da Irlanda. Como é característico em quem tem Síndrome de Down, ele tinha 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.

"A diferença visível desse bebê não o impediu de ser enterrado em um cenário de prestígio", comentou à rádio norte-americana NPR, o geneticista Daniel Bradley do Trinity College Dublin, que liderou a pesquisa. 

Com a descoberta, os pesquisadores acharam mais uma evidência de que cuidar das diferenças ou de pessoas com alguma anomalia genética é algo que remonta aos neandertais. Essa conclusão bateu com outros estudos anteriores, da literatura arqueológica.

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