Escritor paranaense, conhecido por suas obras sombrias e personalidade reclusa, Dalton Trevisan deixa um legado de mistério e genialidade
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 10/12/2024, às 14h30
Dalton Trevisan, o enigmático autor paranaense que imortalizou o apelido "Vampiro de Curitiba", nos deixou no último dia 9 de dezembro, aos 99 anos. Sua vida, marcada pela discrição e pela paixão pela escrita, era tão intrigante quanto seus contos.
O apelido, que se tornou sinônimo de seu nome, surgiu a partir de sua obra mais famosa, publicada em 1965. A associação entre o autor e o personagem sombrio se intensificou devido à sua vida reclusa, repleta de mistério. Dalton era avesso a entrevistas, fotografias e aparições públicas, o que alimentava ainda mais a curiosidade do público sobre sua persona.
"Ninguém conhece o vampiro e por isso que ele é chamado 'Vampiro de Curitiba'", afirma Aramis Chain, dono de uma livraria frequentada por Trevisan, ao G1. O escritor, segundo Chain, pedia discrição e se incomodava com abordagens, reforçando a aura de mistério que o cercava.
A casa de Dalton em Curitiba, localizada no Alto da Glória, era um ponto de peregrinação para os amantes da literatura. No entanto, por questões de segurança e saúde, o autor se mudou para um apartamento no Centro. Uma das poucas fotografias públicas dele, datada de 2007, o mostra caminhando pelas ruas de Curitiba, um raro registro de sua figura.
Além de "O Vampiro de Curitiba", o escritor deixou um vasto legado literário, com obras como "Sonata ao Luar", "Novelas nada exemplares", "Ah, é?", "A Guerra Conjugal" e "O Anão e a Ninfeta". Seus contos, marcados por um realismo cru e uma linguagem incisiva, exploravam os temas da solidão, da perversão e da violência, consolidando sua posição como um dos maiores nomes da literatura brasileira.
Segundo o G1, ao longo de sua carreira, ele gahou diversos prêmios, incluindo o Jabuti e o Camões, os mais importantes da literatura brasileira e portuguesa, respectivamente.
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