Artefato milenar de basalto com escrita enigmática desafia especialistas e pode reescrever a história da escrita no Cáucaso
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 05/12/2024, às 15h30
Uma tábua de basalto, inscrita com uma linguagem enigmática e nunca antes vista, foi desenterrada nas proximidades do Lago Bashplemi, na região de Dmanisi, na Geórgia. Datada do final da Idade do Bronze ou início da Idade do Ferro, a tábua apresenta 60 caracteres complexos, desafiando especialistas a decifrar sua mensagem.
Com 24,1 x 20,1 centímetros, o artefato exibe um alto grau de habilidade artesanal, com símbolos esculpidos com precisão usando ferramentas de metal. A análise dos caracteres revela semelhanças parciais com sistemas de escrita de diversas regiões, como o Oriente Médio, a Índia e o Cáucaso, mas sem corresponder exatamente a nenhum deles. Essa característica única sugere que a escrita da tábua pode representar um sistema local, desenvolvido de forma independente ou através de interações culturais com outras regiões.
A descoberta da tábua em Dmanisi, uma região já conhecida por seus ricos achados arqueológicos, incluindo fósseis de hominídeos, acrescenta um novo capítulo à complexa história da região. A presença de uma escrita tão antiga e elaborada desafia a noção de que o Cáucaso era uma região periférica no desenvolvimento dos sistemas de escrita.
A região de Dmanisi, com seu Lago Bashplemi situado em um planalto vulcânico, apresenta um histórico de ocupação humana, como evidenciado por fragmentos de cerâmica e outras ferramentas encontradas na área. A descoberta da tábua reforça a importância desse local como um centro de atividade humana e cultural no passado.
A descoberta da tábua de basalto levanta uma série de questões intrigantes sobre a história da escrita e as interações culturais entre diferentes regiões do mundo antigo. A possibilidade de que tradições de escrita cerimonial ou administrativa tenham existido no Cáucaso, registradas em materiais perecíveis como madeira ou couro, abre novas perspectivas para futuras pesquisas.
Segundo o 'Archaeology News', a autenticidade da tábua foi confirmada por análises minuciosas, que revelaram sua composição geológica e as marcas de desgaste causadas por tentativas de limpeza. A precisão das inscrições atesta a habilidade dos antigos artesãos que a criaram.
