A embarcação estava repleta de mercadorias de várias partes do Mediterrâneo, entenda!
Redação Publicado em 23/09/2022, às 10h50
Os destroços de um navio mercante que afundou entre os séculos 7 e 8 na costa de Israel surpreendeu pesquisadores ao oferecer evidências contrárias ao consenso histórico a respeito da época.
A embarcação de madeira, que foi descoberta por mergulhadores amadores, estava repleta de produtos de todo o Mediterrâneo armazenados através de mais de 200 ânforas (que são vasos produzidos principalmente pelos gregos e romanos).
Os arqueólogos que estudaram o achado encontraram, por exemplo, molho de peixe, tâmaras, azeitonas e figos, entre outros.
É [uma descoberta] única, primeiro por causa de seu tamanho: cerca de 20 metros de comprimento e 5 metros de altura, o maior naufrágio que já escavamos. E também por sua datação. [O navio] é datado entre os séculos VII e VIII d.C., que é quando houve a mudança entre o domínio bizantino e islâmico na área", explicou Deborah Cvikel, especialista em arqueologia náutica que está liderando a escavação, conforme divulgado pela Reuters.
Há 1.200 anos, quando o navio mercante partiu para aquela que seria sua última viagem, o poder do Império Bizantino (ou Império Romano do Oriente) sob a região que hoje corresponde a Israel estava em declínio.
Em vez disso, os povos árabes islâmicos tomavam conta do território, de forma que o consenso histórico era de que o comércio internacional teria sido praticamente interrompido na área. A descoberta recente, todavia, contradiz essa narrativa.
Se olharmos para os livros de História, eles geralmente nos dizem que nesta mudança, após o declínio do domínio bizantino nesta área e a ascensão do domínio islâmico, o comércio quase parou, não havia comércio internacional no Mediterrâneo (...) Aqui temos um grande navio naufragado carregado (...) com cargas de todo o Mediterrâneo", afirmou Cvikel.
Outro detalhe curioso é que, entre as cargas da embarcação, algumas eram rotuladas com símbolos cristãos, a religião predominante do Império Bizantino, e outros com escritos árabes, mostrando a mistura entre culturas que ocorreu naquele período de transição.
Veja abaixo um vídeo mostrando a filmagem dos destroços do naufrágio:
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