Reconstrução de artista brasileiro traz de volta a vítima de uma morte particularmente tétrica
Fábio Marton Publicado em 11/08/2017, às 12h09 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35
Ele não vivia em Pompeia, mas em Herculano - a cerca de 20 km a noroeste e mais próxima do vulcão.
Pompeia pode levar a fama, mas foram quatro as cidades destruídas na fatídica erupção de 79 d.C., que liberou uma energia 100 mil vezes maior que as bombas de Hiroshima e Nagasaki somadas: as duas já citadas mais Oplontis e Estábia.
E Herculano estava longe de ser uma prima pobre de Pompeia. Pelo contrário, pela qualidade da arte, objetos e construções encontrados na cidade, sabemos que era bem mais próspera.
+ O que este homem da Pompeia estava fazendo quando morreu?
E nosso amigo acima não era exceção: pelo fato de ter chegado aos 50 anos de idade, a equipe responsável pela reconstrução (da italiana AREA 3 - Associação Para Pesquisa e Educação em Arte, Arqueologia e Arquitetura) acredita ter sido um patrício - a classe superior de Roma. Era educado e endinheirado.
Crédito: Cícero Moraes
Mas isso de nada serviu diante do horrendo fluxo piroclástico - a nuvem de cinzas superaquecidas, a 500 ºC - que varreu a cidade. E levou a uma morte particularmente macabra: seu cérebro ferveu, transformando seu crânio numa panela de pressão, que explodiu. É possível ver as aberturas no crânio na imagem acima, com todas as fases da reconstrução.
O artista gráfico Cícero Moraes, autor da reconstrução, conversou com a AH. Ele utilizou de técnicas forenses para esse trabalho. Os detalhes que não podem ser tirados do esqueleto - como a cor da pele e textura dos cabelos - ele intuiu a partir de um estudo das características de centenas de europeus contemporâneos. E, de fato, ele não estaria fora de lugar no sul da Itália hoje em dia.
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