Uma rocha foi retirada do fundo de um rio em 1940, contendo 35 marcas fósseis de pés e mãos
Isabela Barreiros Publicado em 13/05/2020, às 15h04
Em 1940, uma enorme e peculiar rocha foi retirada do fundo do rio Berowra Creek, na Austrália. Cerca de 240 milhões de anos atrás, durante o período Triássico Médio, ela fazia parte da areia que sedimentava o local. Muitas dessas pedras eram utilizadas como material de construção em pedreiras de Sydney.
No entanto, uma delas em particular foi a responsável por iniciar um mistério que duraria 80 anos: foram encontradas 35 marcas fósseis de pés e mãos ao logo de seus 4,2 metros de comprimento.
A história recebeu uma conclusão apenas recentemente, com a publicação de um artigo do paleontólogo da Universidade de Nova Gales do Sul, Roy Minden Farman, na revista científica Journal of Paleontology. O artefato foi exibido no acervo do Museu Australiano durante um curto período na década de 1950, mas logo passou a fazer parte da coleção de pesquisas.
Farman identificou que as pegadas pertenciam a um animal quadrúpede que pertenceu à superclasse dos tetrápodes. Acredita-se que essas marcas tenham sido a ação de um temnospondyl (um grupo extinto de anfíbios semelhantes a salamandras) no fundo do rio. A espécie media cerca de 0,8 e 1,35 m de comprimento.
Como as marcas continham apenas dois dos dedos de cada mão e pé, foi ainda mais difícil para os pesquisadores conseguirem identificar o responsável por elas de maneira precisa. O solo arenoso não demarcou todas as partes do membro do animal.
"As pegadas dos pés e das mãos, juntamente com as lacunas entre a sequência de traços, eram diferentes de tudo que eu já havia visto antes. Isso me levou a acreditar que o animal estava nadando na água", explicou o paleontólogo.
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