Células microbianas - Divulgação/Y. Suzuki, SJ Webb, M. Kouduka et al.
Micróbios

Micróbios de 2 bilhões de anos são encontrados vivos em rocha

Descoberta pode auxiliar no entendimento sobre a evolução da vida na Terra e ainda apoiar a busca por evidências de vida em outros planetas

Giovanna Gomes Publicado em 07/10/2024, às 13h50

Pesquisadores descobriram micróbios com cerca de dois bilhões de anos vivos em uma fratura de rocha escavada na África do Sul, constituindo a colônia microbiana mais antiga já registrada — aproximadamente 1,9 bilhão de anos mais antiga que as amostras anteriores.

A descoberta, realizada por cientistas da Universidade de Tóquio, no Japão, pode auxiliar no entendimento sobre a evolução da vida na Terra e, ao mesmo tempo, apoiar a busca por evidências de vida em outros planetas, como Marte.

“Não sabíamos se rochas de dois bilhões de anos eram habitáveis”, explicou Yohey Suzuki, autor principal do estudo, que foi publicado na revista Microbial Ecology. De acordo com informações do portal Galileu, até então, a camada geológica mais antiga com microrganismos vivos já encontrados era de 100 milhões de anos, localizada abaixo do fundo oceânico.

A amostra foi retirada do Complexo Ígneo Bushveld (BIC), uma região formada pelo resfriamento lento do magma abaixo da superfície terrestre, no nordeste da África do Sul, onde acredita-se que a vida microbiana antiga encontrou um ambiente estável. A equipe, com o apoio do Programa Internacional de Perfuração Científica Continental (ICDP), coletou um núcleo de rocha de 30 centímetros de comprimento, perfurado a cerca de 15 metros de profundidade.

Técnicas utilizadas

Para confirmar a presença dos microrganismos, os pesquisadores utilizaram técnicas avançadas de imagem. Primeiro, detectaram células em rachaduras na rocha por espectroscopia O-PTIR, uma técnica de imagem infravermelha. Em seguida, tingiram as células com um corante verde para serem analisadas em microscopia eletrônica de varredura e, posteriormente, por microscopia fluorescente.

Essas três abordagens combinadas garantiram que as células eram nativas da rocha, eliminando a possibilidade de contaminação durante o manuseio.

Yohey Suzuki também destacou o potencial dessa pesquisa na busca por vida em Marte: “Estamos muito interessados na existência de micróbios subterrâneos não apenas na Terra, mas também no potencial de encontrá-los em outros planetas. O rover Perseverance, da Nasa, está atualmente prestes a trazer de volta rochas que têm idade semelhante àquelas que usamos neste estudo”.

A capacidade de encontrar e autenticar micróbios de bilhões de anos em amostras terrestres marca um importante avanço para a biologia extraterrestre, e Suzuki se mostrou otimista sobre o que pode ser descoberto em amostras de Marte.

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