Retrato de Foster Stevens em seu uniforme da Marinha - Arquivo pessoal/Joby Warrick
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A mensagem gravada que solucionou morte de soldado 100 anos depois

Em novembro de 1918, o fuzileiro Foster Stevens perdeu a vida nas trincheiras; por décadas, causa de sua morte permaneceu um mistério para família

Redação Publicado em 27/11/2024, às 11h28

Em 2 de novembro de 1918, durante o último grande combate da Primeira Guerra Mundial, o fuzileiro americano Foster Stevens perdeu a vida nas trincheiras, em meio a um intenso bombardeio.

Por décadas, as circunstâncias de sua morte permaneceram um mistério para sua família, que recebeu apenas uma descrição genérica: "Morto em ação, 1918". Cem anos depois, Joby Warrick, descendente de Stevens e jornalista do The Washington Post, decidiu investigar a história de seu tio-avô. 

A descoberta de uma mensagem gravada foi crucial para resolver o mistério. O relato veio de Jim Scarbrough, amigo de Foster e companheiro de batalhas na 83ª Companhia dos fuzileiros navais dos Estados Unidos

Jim Scarbrough no campo de treinamento nos Estados Unidos antes de sua missão na França em 1918 / Crédito: Arquivo Pessoal

 

A gravação

Conforme narrou Warrick em reportagem do Washington Post, durante a guerra, Scarbrough havia narrado os momentos finais do amigo em um depoimento que foi preservado em uma gravação. Nesse relato, ele descreveu como, durante um bombardeio, um projétil atingiu a posição de Stevens, arremessando-o para fora da trincheira.

Scarbrough, abalado, contou como passou a noite ao lado do corpo do amigo, tentando se despedir antes de enterrá-lo ao amanhecer em uma cova improvisada. "Eu o peguei. Fiquei sentado lá com ele a noite toda, tentando encontrar as palavras, sem saber o que dizer, como se ele pudesse me ouvir", disse.

Na manhã seguinte, "cavei uma cova para ele, desci e coloquei meu amigo. Jogar aquela primeira pá de terra nele me machucou mais do que jogar terra no rosto do meu próprio pai". 

Essa gravação, mantida na família Scarbrough, foi compartilhada por Byron Scarbrough, neto de Jim, com o jornalista. Byron revelou que seu avô havia decidido registrar a história para garantir que a memória de seu amigo fosse preservada. "Meu avô sempre disse que Foster era o melhor amigo que ele teve na vida, e ele nunca superou aquela perda", afirmou ao Washington Post.

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