Menina afegã chora em vídeo - Reprodução/Twitter
Afeganistão

Menina afegã desabafa em vídeo sobre o futuro das mulheres no país: 'Não tem ninguém para ajudar'

O Talibã voltou a dominar o país depois de 20 anos e coloca em risco os direitos humanos

Luíza Feniar Migliosi Publicado em 17/08/2021, às 10h58

A ativista de direitos humanos Masih Alinejad repostou, no Twitter, a entrevista de uma menina de 23 anos que chora ao contar sobre a situação das mulheres no atual quadro do Afeganistão. “Não tem ninguém para ajudar elas [mulheres]. Se minhas lágrimas puderam ser vistas, é porque eu estava em segurança.”

No novo regime, as mulheres afegãs temem pelo seu futuro. 

My in-depth interview with the Afghan girl who’s heartbreaking crying video become symbol of ‘shattered future’ under Taliban

She’s only 23 years old, full of pain and anger. Please listen to her and be their voice. pic.twitter.com/oUiOe7ApG7

— Masih Alinejad 🏳️ (@AlinejadMasih) August 17, 2021

Durante 1996 e 2001, o Talibã governou o Afeganistão, antes de ser derrubado por uma campanha liderada pelos EUA após os ataques no 11 de setembro. Depois de 20 anos, neste domingo,15, o movimento fundamentalista islâmico voltou a dominar o país depois de ocupar a capital, Cabul.

Em seu domínio, as meninas foram proibidas de frequentar as escolas e as mulheres foram proibidas de andar em público sozinhas, apenas acompanhadas de homens e cobrindo o corpo inteiro, não podiam trabalhar, estudar ou serem tratadas por médicos do sexo oposto. Aquelas que se recusavam a seguir as ordens eram castigadas e executadas.

"We don't count because we're from Afghanistan. We'll die slowly in history"

Tears of a hopeless Afghan girl whose future is getting shattered as the Taliban advance in the country.

My heart breaks for women of Afghanistan. The world has failed them. History will write this. pic.twitter.com/i56trtmQtF

— Masih Alinejad 🏳️ (@AlinejadMasih) August 13, 2021

Outro vídeo compartilhado pela ativista mostra uma mulher tentando fugir de Cabul. "O Talibã entrou na cidade e estamos fugindo. Todo mundo está com medo. Este não é um clipe de um filme de terror, esta é a realidade em Cabul. Na semana passada, a cidade sediou um festival de cinema e agora eles fogem para salvar suas vidas. Comovente de assistir, mas o mundo não faz nada."

“Taliban have entered the city and we are running away. Everyone is afraid.”
This is not a clip from a scary movie, This is the reality in Kabul. Last week the city hosted a film festival & now they running away for their lives. Heartbreaking to watch but the world is do nothing pic.twitter.com/90PzxqLPYE

— Masih Alinejad 🏳️ (@AlinejadMasih) August 15, 2021

No mesmo dia em que o vídeo foi postado, o Secretário-Geral das Nações Unidas António Guterres relatou em comunicado que o Afeganistão está saindo de controle e que esse conflito afeta ainda mais mulheres e crianças.

Além disso, Guterres disse que está "profundamente abalado com as primeiras indicações de que o Talibã está impondo severas restrições aos direitos humanos nas áreas sob seu controle, especialmente visando mulheres e jornalistas".

No domingo, A ativista paquistanesa e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, também compartilhou suas preocupações no Twitter.

"Nós assistimos em completo choque o Talibã assumindo o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com as mulheres, as minorias e os defensores dos direitos humanos. Os poderes globais, regionais e locais devem pedir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis." Em 2012, Malala se tornou um símbolo em defesa dos direitos humanos depois que sobreviveu a um tiro na cabeça disparado por um atirador do Talibã no Paquistão.

We watch in complete shock as Taliban takes control of Afghanistan. I am deeply worried about women, minorities and human rights advocates. Global, regional and local powers must call for an immediate ceasefire, provide urgent humanitarian aid and protect refugees and civilians.

— Malala (@Malala) August 15, 2021

"É particularmente horrível e doloroso ver relatos sobre os direitos conquistados a duras penas por meninas e mulheres afegãs sendo arrancados delas", acrescentou Guterres.

EUA Afeganistão Malala Yousafzai Twitter Talibã Internacional António Guterres Masih Alinejad

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