Malcom X em entrevista - Reprodução/Youtube/Licínius Afso
Malcom X

Malcom X: Homem acusado injustamente pelo assassinato processa Nova York

Inocentado após 20 anos de prisão por matar Malcom X pede indenização milionária

Redação Publicado em 15/07/2022, às 19h00

Após 20 anos preso, acusado pelo homicídio do ativista Malcom X, homem entra com um processo contra a cidade de Nova York por ter sido rotulado erroneamente como assassino. Prefeitura da cidade admitiu o erro.

Inocentado em novembro do ano passado, após a acusação de ter assassinado Malcom X em 1965, Muhammad Aziz, 84, exige pagamento de indenização de 40 milhões de dólares pelos anos que ficou preso injustamente.

Khalil Islam, co-réu, passou 22 anos preso e também foi inocentado. Ele também exigia 40 milhões de dólares em processo aberto no tribunal federal do Brooklyn. Khalil faleceu aos 74 anos, em 2009, sem ter sido bem sucedido em suas negociações por acordos.

“Eles receberam um pouco de justiça quando suas condenações foram anuladas”, disse Deborah François, advogada de ambos, em entrevista nesta quinta-feira, como aponta a Reuters.

Como aponta o UOL, Muhammad Aziz, passou 55 anos sendo culpado pelo crime de maneira equivocada. O homem alega que ele e sua família sofreram danos "imensos e irreparáveis".

“Mas queremos responsabilizar autoridades do Governo pelas condutas que levaram às suas condenações injustas e pelas décadas vivendo com o estigma de serem rotulados como os assassinos de Malcolm X” afirma Deborah François.

Malcom X

Morto a tiros em 1965, enquanto se preparava para discursar no Audubon Ballroom de Nova York, o líder e ativista, Malcom X, foi defensor dos direitos civis para a população negra.

Durante sua infância, ele e sua família foram perseguidos pelo grupo supremacista branco Ku Klux Klan, o que resultou na queima de sua casa pelos membros do grupo. Sua mãe foi internada em uma instituição de saúde mental, após o falecimento de seu pai por um atropelamento que acredita-se que tenha sido causado pelo Black Legion, outra organização supremacista.

Quando adulto, ele passou a fazer parte do Nação do Islã, movimento que combinava elementos do islamismo com o nacionalismo negro. Com sua integração, a organização saltou de 500 para 30 mil membros, como aponta a revista Galileu.

A origem do X depois de seu primeiro nome, deve-se ao fato de desconhecer suas raízes africanas apagadas pelo período da escravidão. Ele substituiu seu sobrenome imposto na nascença, Little, pelo X.

Para mim, meu ‘X’ substituiu o nome branco do senhor de escravos ‘Little’, que algum demônio de olho azul chamado Little impôs aos meus pais”, escreveu em sua autobiografia.
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