A revelação causou polêmica entre órgãos e especialistas
Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 07/02/2022, às 15h47
Desde a publicação de ‘Diário de Anne Frank’, em 1947, muitas pessoas imaginam e investigam quem revelou o esconderijo da família às tropas nazistas, o que levou à morte da família Frank, exceto Otto.
No entanto, um livro publicado no mês de janeiro, ‘The Betrayal of Anne Frank: A Cold Case Investigation’, com título ‘Quem Traiu Anne Frank?’ no Brasil, disse ter descoberto o suspeito.
O livro indica que Arnold van den Bergh, um advogado judeu de alto escalão em Amsterdam, onde morava Anne Frank, foi quem denunciou a moradia atrás da estante para salvar a própria família.
Porém, a revelação causou polêmica dentro da comunidade judaica, especialmente dentro do órgão Congresso Judaico Europeu, o principal grupo judeu na Europa.
O congresso acredita que a acusação a Arnold van den Bergh, que foi um dos membros fundadores do órgão, explicada no livro publicado pela editora Harper Collins, é um convite à potencial violência antissemita e um certo desrespeito aos sobreviventes do holocausto.
"[A alegação é uma] reivindicação potencialmente incendiária [...] em um momento em que o antissemitismo, a negação e a distorção do Holocausto estão em ascensão", afirmaram no perfil do Twitter, @eurojewcong.
Na rede social, o Congresso Judaico Europeu e especialistas da questão também apontaram que o livro é baseado “em grande parte suposições não comprovadas” e que causaram manchetes e notícias “maliciosas”. Devido a estes aspectos, o órgão solicitou a retirada de ‘Quem Traiu Anne Frank?’.
"Em nossa opinião, a publicação [...] feriu profundamente a memória de Anne Frank, bem como a dignidade dos sobreviventes e vítimas do Holocausto", afirmaram.
We have written to @HarperCollins to request that the book ‘The Betrayal of Anne Frank: A Cold Case Investigation’ is removed from publication, or at least to suspend further prints of the book until its controversial historical claims have been substantiated.
— European Jewish Congress (@eurojewcong) February 2, 2022
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