Segundo agência, os perigos foram anunciados em carta ao presidente Michel Aoun e ao então primeiro-ministro Hassan Diab
Vanessa Centamori Publicado em 12/08/2020, às 18h07
Cerca de duas semanas antes da explosão que parou o mundo, o então primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, e o presidente do país, Michel Aoun, já teriam sido advertidos por oficiais de segurança, preocupados com a grande quantidade de nitrato de amônio no Porto de Beirute. As informações da Agência Reuters.
Um relatório, divulgado pela agência, revelou que os líderes libaneses, no mês de julho, foram informados por meio de uma carta, que dizia que o material "poderia destruir" a capital se explodisse. O documento apresentava, inclusive, os resultados de uma investigação judicial feita em janeiro com as 2.750 mil toneladas de nitrato de amônio altamente explosivo.
“Havia o perigo de que esse material, se roubado, pudesse ser usado em um ataque terrorista”, disse à Reuters um funcionário envolvido na escrita da carta.“Eu os avisei que isso poderia destruir Beirute se explodisse”, revelou.
Em resposta, um representante do primeiro-ministro Hassan Diab disse que o governo reagiu rapidamente ao problema. “O atual gabinete recebeu o arquivo 14 dias antes da explosão e agiu em questão de dias”, afirmou, à agência de notícias.
Na semana passada, o presidente Michel Aoun disse que estava ciente do nitrato de amônio em Beirute e ordenou que agências de segurança e militares cuidassem do problema.
Entretanto, o que se sabe é que, em decorrência da substância, morreram pelo menos 220 pessoas, 7 mil feridos e 300 mil desabrigados. Membros do gabinete de Diab e o próprio premiê renunciaram aos seus respectivos cargos. O anúncio da renúncia do primeiro-ministro ocorreu na segunda-feira,10, após a repercussão da explosão.
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