Centro já teve mais de mil internos e era o maior do Brasil
Fabio Previdelli Publicado em 08/11/2021, às 12h00
Na última semana, o Instituto Nise da Silveira, considerado o maior e mais antigo hospital psiquiátrico do Brasil, que já teve mais de mil internos, encerrou suas atividades no bairro Engenho de Dentro, no coração da Zona Norte do Rio de Janeiro.
Os últimos dois internos do instituto carioca foram transferidos para um residência terapêutica, que oferecerá aos pacientes um tratamento mais humanizado e pessoal. O encerramento das atividades de centros como o Nise Silveira vem sendo debatido desde o começo do século.
Em 2001, uma lei do sociólogo e ex-deputado federal Paulo Delgado determinou que manicômios fossem desativados pelo país. Assim, o modelo de internação forçada seria substituído por um tratamento visto como mais digno — embora a lei não determinasse uma data para isso ocorrer.
A partir de 2010 a gente passou a radicalizar mais essa nossa noção de que ninguém mais, ninguém mesmo, deve morar dentro do hospital psiquiátrico. A gente sabe que a gente está no meio de um caminho. Só que o principal a gente vai conseguir fazer, que é dizer não ao manicômio”, explica a diretora-geral do Instituto Nise da Silveira, Erika Pontas e Silva, em entrevista ao G1.
Com isso, os internos passaram a morar nas chamadas residências terapêuticas — que são um conjunto de mais de quinhentos apartamentos alugados pelo governo em diversas regiões do país. Neles, os pacientes receberão atendimento individualizado e assistência psicológica.
O antigo prédio do Instituto dará lugar a um parque. Parte do projeto continuará de pé, onde serão mantidos os arquivos do hospital, que possui documentos que ajudam a narrar a trajetória da psiquiatria brasileira. No local também serão ministradas aulas de artes que ajudam na recuperação de ex-internos.
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