Prisioneiros de Sachsenhausen - Domínio Público via Wikimedia Commons
Segunda Guerra Mundial

Homem de 101 anos nega ter sido guarda de campo de concentração

“Não sei por que estou aqui. Digo a verdade”, declarou Josef Schütz, a pessoa mais velha acusada de crimes nazistas

Fabio Previdelli Publicado em 27/06/2022, às 13h57

Nesta segunda-feira, 27, Josef Schütz, de 101 anos, enfrentou seu penúltimo dia de julgamento em Brandenburgo Havel, na Alemanha. Pessoa mais velha acusada de crimes nazistas, ele negou que tenha sido um guarda do campo de concentração de Sachsenhausen durante a Segunda Guerra Mundial

O processo contra Schütz, iniciado em outubro do ano passado, o acusa de ser cúmplice no assassinato de 3.518 prisioneiros durante 1942 e 1945, quando ele trabalhava no campo que ficava ao norte de Berlim. Por conta de seus crimes, a Promotoria pediu que ele fosse condenado a cinco anos de prisão

Não sei por que estou aqui. Digo a verdade. Não tenho nada a ver com a polícia e o exército, tudo o que foi dito é falso", disse o acusado, com voz trêmula, segundo reportado pela AFP. 

Sua defesa luta por sua absolvição. "Aos 101 anos, ele é o acusado mais velho da história alemã, portanto peço sua absolvição", declarou Stefan Waterkamp, que é advogado de Josef

"Não temos uma foto dele com um uniforme das SS", defendeu Waterkamp, declarando que existem apenas pequenas “pistas” sobre os supostos serviços de Schütz nos campos de concentração de Sachsenhausen. 

“Já em 1973, os investigadores tinham informações sobre ele, mas não o processaram. Na época foi possível ouvir as testemunhas, mas agora estão todos mortos ou não podem falar", prosseguiu. "O perigo deste tribunal seria tentar corrigir os erros da geração anterior de juízes".

Em busca do reconhecimento

À AFP, Antoine Grumbach, de 80 anos, filho de um membro da resistência francesa que morreu em Sachsenhausen, comentou sobre o julgamento: "Esta pessoa é muito velha, não quer mais se lembrar. É uma forma de defesa. Mas isso não é muito grave porque para mim não é questão de colocar um homem centenário na prisão".

O mais importante é que possamos coletar e mostrar todos os documentos que provam que Sachsenhausen era um campo de extermínio experimental: todos os métodos mais cruéis foram inventados lá e depois exportados", encerrou.
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