Ativista, advogada e ex-doméstica, Márquez foi laureada com o ‘Nobel do Meio Ambiente’ e vítima de atentado
Fabio Previdelli Publicado em 17/05/2022, às 17h24
No dia 29 de maio, acontece o primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia. O pleito deste ano deve ser histórico, afinal, são grandes as chances de Francia Márquez se tornar a primeira negra a chegar ao Executivo.
Advogada, ativista ambiental e ex-empregada doméstica, Márquez é a vice-presidente na chapa de Gustavo Petro, senador de esquerda e ex-guerrilheiro. A coalizão Pacto Histórico, do qual fazem parte, lidera as intenções de voto segundo pesquisa feita pela empresa TySE, revelada na última segunda-feira, 16.
A dupla possui 36,64% das intenções de voto, enquanto Federico Gutiérrez , oponente da chapa de direita Equipo por Colômbia, possui apenas 21,40%, conforme repercutido pelo UOL.
Oriunda da comunidade La Toma, que etnicamente é formada por maioria negra, Francia Márquez é tida como um “ar fresco” na política do Colômbia. Suas origens estão ligadas a um dos estados mais pobres e com maior índice de violência do país.
Sua militância lhe rendeu o Prêmio Goldman em 2018. Considerado o ‘Nobel do Meio Ambiente’, ela foi premiada por sua luta na região, exigindo a proteção dos territórios ancestrais negros na Colômbia. No ano seguinte, foi alvo de um atentado de granadas e tiros de fuzil por conta de seu trabalho social.
Durante sua adolescência, trabalhou como garimpeira na mineração de ouro e como empregada doméstica. Com o ofício, pagou seus estudo e sustentou seus dois filhos — mãe solo, engravidou pela primeira vez aos 16. Caso seja eleita junto a Petro, Francia Márquez prometeu que governará pelas mulheres, negros, indígenas, camponeses e pela população LGBTQIA+ da Colômbia.
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