Segundo pesquisadores, estudo sobre o fóssil encontrado nos EUA pode ajudar preencher lacunas sobre a evolução dos artrópodes
Giovanna Gomes Publicado em 30/10/2024, às 11h46
Pesquisadores liderados pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, descobriram uma nova espécie de artrópode a partir de fósseis de aproximadamente 450 milhões de anos.
Nomeado Lomankus edgecombei, em homenagem ao cientista Greg Edgecombe, do Museu de História Natural de Londres, o fóssil apresenta um estado de preservação impressionante em material semelhante ao ouro, conhecido como “ouro de tolo”. Os especialistas acreditam que seu estudo pode preencher lacunas sobre a evolução dos artrópodes.
Segundo o portal Galileu, o edgecombei pertence ao grupo Megacheira, composto por artrópodes com um apêndice modificado na parte frontal do corpo.
Os megacheiranos foram comuns no Período Cambriano (538-485 milhões de anos atrás) e pensava-se que haviam se extinguido no Ordoviciano (485-443 milhões de anos atrás). No entanto, essa descoberta desafia essa visão, indicando que o grupo continuou a evoluir além do Cambriano. A pesquisa foi publicada na revista Current Biology.
Hoje, artrópodes possuem apêndices especializados, como antenas em insetos e pinças em crustáceos. Segundo Luke Parry, autor principal do estudo, “parte da chave para esse sucesso é sua cabeça altamente adaptável e seus apêndices, que os ajudaram a superar vários desafios, como um canivete suíço biológico”.
De acordo com a fonte, o Lomankus possui três longos flagelos em forma de chicote na extremidade de seu apêndice frontal, sugerindo que ele utilizava essa estrutura para detectar o ambiente ao seu redor, uma adaptação diferente das garras de seus parentes antigos, que caçavam presas. Essa peculiaridade comportamental é reforçada pela ausência de olhos, indicando um modo de vida distinto.
O fóssil foi encontrado em Nova York, nos Estados Unidos, em uma camada sedimentar chamada “Beecher's Trilobite Bed”. Embora trilobites sejam comuns nesse sítio, outros organismos são raros. O ambiente pobre em oxigênio levou à substituição dos tecidos por pirita, criando fósseis tridimensionais com um tom dourado característico.
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