Submarino Titan - Divulgação/OceanGate
Titan

Falhas no submarino Titan foram alertadas por engenheiro 5 anos antes da tragédia

Durante audiência da Guarda Costeira, David Lochridge classificou Titan como "experimental e inseguro" e argumentou que tragédia poderia ter sido evitada

Redação Publicado em 18/09/2024, às 14h30

Em 2018, diretores da OceanGate foram advertidos sobre potenciais falhas no submarino Titan em situações de alta pressão. O aviso foi feito por David Lochridge, então diretor de operações da empresa, conforme revelou na segunda audiência da Guarda Costeira dos Estados Unidos que investiga o trágico incidente ocorrido em 2023.

+ Imagem inédita mostra carcaça do submarino Titan após a implosão

Lochridge, que deixou a OceanGate após expor essas falhas, argumentou que a tragédia poderia ter sido evitada. Ele acusou a empresa de ignorar regulamentos padronizados estabelecidos por órgãos reguladores e fabricantes, tornando o desastre inevitável.

Denúncias ignoradas

Em janeiro de 2018, Lochridge identificou várias deficiências no Titan durante uma inspeção de qualidade. No entanto, ao contestar a decisão do CEO Stockton Rush e outros diretores de lançar o submarino sem testes adequados, ele foi demitido. Posteriormente, Lochridge denunciou as irregularidades à Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA), mas sua queixa não foi investigada.

Se a OSHA tivesse investigado a seriedade das minhas preocupações, essa tragédia poderia ter sido evitada", declarou Lochridge, expressando seu desapontamento com o sistema que deveria proteger marinheiros e o público.

Classificando o Titan como "experimental e inseguro", Lochridge destacou problemas como a fragilidade dos materiais sob grande profundidade. Ele informou que oito meses após sua denúncia, a OSHA ainda não havia iniciado a investigação devido à alta demanda de casos, repercutiu o g1.

Envolvido em uma disputa judicial com a OceanGate por revelação de informações confidenciais e demissão injusta, Lochridge acabou retirando sua queixa depois de dez meses.

Falhas detectadas

As audiências sobre a implosão do submarino fazem parte de uma investigação conduzida pela Guarda Costeira dos EUA, com previsão de término na próxima semana. A entidade emitirá um relatório com conclusões e recomendações ao governo norte-americano.

Contratado em 2016 como engenheiro especializado em veículos submersíveis, Lochridge tinha como responsabilidade garantir a segurança dos passageiros durante as expedições do Titan. Em seu depoimento, ele afirmou ter sido contratado pela OceanGate para dar credibilidade científica às operações da empresa, cujo principal objetivo era lucrar.

Documentos apresentados na audiência revelam que Lochridge formalizou suas preocupações à diretoria da OceanGate em um e-mail datado de 18 de janeiro de 2018. No relatório anexado ao e-mail, ele listou vários problemas no submarino, incluindo deformações na fibra de carbono usada na construção do casco.

Testes mostraram que o casco apresentava sinais de delaminação e porosidade após exposições repetidas à alta pressão. Além disso, materiais tóxicos eram liberados quando partes internas pegavam fogo, e janelas do submarino foram testadas apenas até 1.300 metros, enquanto o Titan deveria mergulhar três vezes mais profundo.

Lochridge informou que o casco de pressão do Titan não foi testado além dessa profundidade. A OceanGate pretendia realizar os testes completos durante a expedição real ao Titanic. Um sistema acústico projetado para alertar sobre rupturas no casco não teria tempo suficiente para prevenir uma implosão iminente.

As revelações feitas nas audiências reforçam a necessidade urgente de regulamentações mais rígidas para veículos submersíveis comerciais e destacam as graves consequências da negligência em práticas de segurança estabelecidas.

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