Pedra de ouro - Getty Images
Ouro

Estudo revela que terremotos podem ser a chave para a formação de ouro

Pesquisadores australianos descobrem que tremores facilitam a criação de aglomerados de ouro ao utilizar propriedades eletroquímicas do quartzo

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 04/09/2024, às 21h00

Um estudo inovador conduzido por cientistas da Universidade Monash, na Austrália, sugere que terremotos podem desempenhar um papel crucial na formação de grandes pepitas de ouro. Publicada na revista Nature Geoscience, a pesquisa desafia as explicações tradicionais sobre como o precioso metal se acumula nas profundezas da crosta terrestre.

Até agora, a teoria mais aceita indicava que o ouro se forma quando fluidos quentes, ricos em minerais, fluem por rachaduras no solo e, ao esfriar, depositam pequenas quantidades de ouro dentro de veios de quartzo. No entanto, essa explicação falha em justificar a formação de grandes pepitas, uma vez que a concentração de ouro nesses fluidos costuma ser bastante baixa.

A nova pesquisa propõe que a piezoeletricidade, a habilidade do quartzo de converter energia mecânica em eletricidade, pode ser o fator que impulsiona a criação dessas grandes pepitas. Para testar essa hipótese, os cientistas recriaram as condições de um terremoto em laboratório, submetendo cristais de quartzo imersos em fluidos ricos em ouro a tremores simulados.

A descoberta

O que descobrimos foi surpreendente. Sob estresse, o quartzo não só deposita ouro eletroquimicamente em sua superfície, mas também forma e acumula nanopartículas de ouro. Curiosamente, esse ouro tende a se juntar a grãos de ouro já existentes, em vez de formar novos depósitos," comentou Andy Tomkins, coautor do estudo.

A descoberta sugere que os terremotos podem ser responsáveis pelas concentrações de ouro encontradas na natureza, transformando pequenas quantidades do metal em grandes aglomerados ao longo do tempo. A eletricidade gerada durante os tremores faz com que mais ouro se deposite nos mesmos pontos, criando as cobiçadas grandes pepitas.

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