Podendo auxiliar em pesquisas sobre a adaptação e deslocamento de nossa espécie, a análise encontra obstáculos
Wallacy Ferrari Publicado em 13/05/2020, às 09h06
Estudando os chamados ‘pontos de estrangulamento’ — locais de passagem oceânica estreita, ou seja, com caminhos mais curtos — pesquisadores estadunidenses conseguiram avaliar um período onde os caminhos estiveram mais amplos, devido aos níveis mais baixos do mar, e puderam levantar a hipótese de que alguns pontos podem revelar ainda mais sobre a evolução do deslocamento e adaptação humana.
Avaliando o derretimento de geleiras, os pesquisadores compararam os caminhos entre os pontos de estrangulamento de hoje aos de 20 mil anos atrás, antes do Último Máximo Glacial. Com a ausência da água na região, o estudo avaliou que diversas migrações intercontinentais foram feitas de uma maneira muito mais simples; apenas atravessando o caminho em longas caminhadas.
Jerry Dobson, professor emérito de geografia da Universidade de Kansas e principal autor da publicação, explicou que “a quantidade de terra que foi perdida desde que as geleiras derreteram é equivalente à América do Sul” e que, estudando essas condições, foi possível compreender que a superfície do oceano era 410 pés mais baixa do que hoje.
Os nove pontos analisados são os Estreitos de Bering, Istmo do Panamá, Bósforo e Dardanelos, Estreito de Gibraltar, Estreito da Sicília e Messina, Istmo de Suez, Bab al Mandab, Estreito de Ormuz e Estreito de Malac.
Os pesquisadores acreditam que uma análise detalhada nos pontos escolhidos pode indicar os caminhos feitos pelos seres humanos entre as Américas, Europa e Ásia antes do advento dos barcos.
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