Imagem dos alpes italianos - Licença Creative Commons via PxHere
Arqueologia

Estudo encontra farsa em famoso fóssil dos alpes italianos

Por quase cem anos, a descoberta chamou a atenção do mundo por apresentar tecidos moles fossilizados, mas um novo estudo revelou a verdade

Redação Publicado em 16/02/2024, às 16h59 - Atualizado em 18/02/2024, às 14h21

Na última quinta-feira, 15, um artigo publicado na revista Palaeontology revelou que o famoso fóssil Tridentinosaurus antiquus, localizado nos alpes italianos, é, em partes, uma farsa.

O espécime de réptil de 280 milhões de anos, descoberto em 1931, ficou conhecido mundialmente por seu estado de preservação, que possibilitava o reconhecimento dos tecidos moles.

Tecidos moles fossilizados são raros, mas, quando encontrados, podem revelar importantes informações biológicas, como a coloração externa, a anatomia interna e a fisiologia”, disse a principal autora do estudo, Valentina Rossi, no artigo publicado.

Apesar de seu reconhecimento internacional, esta é a primeira vez que o Tridentinosaurus antiquus foi meticulosamente examinado. Na ocasião de sua descoberta, ele foi designado ao grupo de repteis Protorosauria. Mas outros detalhes, como sua posição filogenética e história geológica, permaneceram um mistério e intrigaram paleontólogos ao longo das décadas. 

Para conseguir informações paleobiológicas relevantes, o grupo de especialistas liderados por Rossi realizou uma série de análises do T. antiquus, por meio de técnicas que incluem luz ultravioleta, modelos 3D, microscopia e outras ferramentas, conforme repercutido pela revista Galileu. 

Explicação

Os cientistas chegaram a conclusão de que a textura e a composição do material não equivale àquelas observadas em outros tecidos moles fossilizados.

Eles descobriram que o contorno escuro ao redor do corpo do Tridentinosaurus antiquus não era resultado do tecido mole do animal, e sim de um pigmento preto. Logo, o contorno foi produzido artificialmente. 

A preservação peculiar do Tridentinosaurus intrigou especialistas por décadas. Agora, tudo faz sentido. O que era descrito como pele carbonizada é apenas pintura”, explicou Evelyn Kustatscher, que também participou do estudo. 
Imagem do fóssil Tridentinosaurus antiquus, parcialmente criado por um pigmento preto - Reprodução: Palaeontology/Valentina Rossi

 

Assim, os especialistas envolvidos na pesquisa defendem que o fóssil deve ser tratado com ainda mais cautela em estudos futuros. Apesar do contorno ser uma farsa, ossos dos membros inferiores, como os fêmures, parecem ser genuínos. O mesmo vale para as pequenas escamas ósseas, similares as de crocodilos, nas costas do animal.

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