O americano Richard Moore - Divulgação/Justice360
Estados Unidos

Estado dos EUA executa homem condenado apesar de apelos para redução de pena

O estado da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, executou Richard Moore por injeção letal na noite de sexta-feira, 1º, na penitenciária de Columbia

Redação Publicado em 02/11/2024, às 09h02

O estado da Carolina do Sul executou Richard Moore por injeção letal na noite de sexta-feira, 1º, na penitenciária de Columbia. Moore foi condenado pela morte de James Mahoney, balconista de uma loja de conveniência em Spartanburg, durante um assalto em 1999.

Ele entrou desarmado no estabelecimento, mas pegou a arma do atendente quando esta foi apontada para ele e disparou, atingindo fatalmente o peito de Mahoney. Em resposta, Mahoney, que também estava armado, disparou em Moore, acertando seu braço.

Os advogados de Moore apelaram ao governador republicano Henry McMaster para que sua sentença fosse comutada para prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, destacando seu bom comportamento na prisão e sua atuação como mentor de outros detentos, repercute a Associated Press (AP). 

A defesa argumentou ainda que Moore, sendo negro, teve um julgamento injusto, pois foi condenado por um júri composto por 11 brancos e um hispânico, sem representação afro-americana, e também levantaram a possibilidade de que o ato pudesse ser interpretado como legítima defesa.

Apesar desses apelos, McMaster recusou-se a conceder clemência, mantendo o histórico de nenhum governador do estado ter comutado uma sentença de morte. Desde que a Suprema Corte dos EUA reautorizou a pena de morte, há quase 50 anos, 45 execuções foram realizadas na Carolina do Sul. Esta foi a primeira em 11 anos.

A defesa de Moore reuniu apoiadores, incluindo a juíza Kaye Hearn, da Suprema Corte do estado, que se manifestou em dissidência ao ver a pena de morte como inadequada neste caso.

"A pena de morte deve ser reservada para aqueles que cometem os crimes mais hediondos na nossa sociedade, e não acredito que os crimes de Moore cheguem a esse nível", escreveu Hearn, relatou o jornal The State.

Execução

Segundo a AP, a execução, que havia sido adiada desde 2020 pela falta de substâncias para a injeção letal, ocorreu na presença de três jurados que haviam condenado Moore, do juiz do julgamento, de um ex-diretor prisional, pastores e familiares do condenado e da vítima.

Ele foi declarado morto às 18h24, após o início do procedimento às 18h01. A cortina da câmara da morte foi mantida aberta quando testemunhas da mídia chegaram, em uma decisão incomum.

Moore, com os olhos fechados e a cabeça apontada para o teto, respirou fundo algumas vezes antes de sua respiração cessar. Ele deixou uma mensagem final, lida posteriormente por uma porta-voz da prisão:

À família do Sr. James Mahoney, lamento profundamente a dor e a tristeza que causei a todos vocês. Aos meus filhos e netas, amo vocês e tenho muito orgulho de vocês. Obrigado pela alegria que trouxeram à minha vida”.
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