Conhecido também como "tatu fada rosa", o 'pichiciego-menor' é a menor espécie de tatu do mundo, e possui característica física nunca vista entre os mamíferos
Éric Moreira Publicado em 16/01/2024, às 14h34
Mais conhecido por ser a menor espécie de tatu que vive em todo o mundo, o pichiciego-menor (Chlamyphorus truncatus) é facilmente identificável por sua carapaça de coloração rosa, pelagem branca e garras grandes, além de meros 15 centímetros de comprimento e peso de 100 gramas, não sendo muito facilmente encontrado, visto que vive grande parte de sua vida no subterrâneo, ocorrendo principalmente na região central da Argentina. E recentemente a espécie foi alvo de uma descoberta bastante única entre os mamíferos.
Em um estudo recente, publicado em dezembro de 2023 no Journal of Zoology, pesquisadores analisaram mais de perto a anatomia microscópica de seções da pele do pichiciego-menor, tanto das partes que tem, quanto das partes que não têm os osteodermos (as placas ósseas que o protegem). Foi então que descobriram algo único sobre a espécie: ele possui uma segunda camada de pele, debaixo do escudo dorsal.
Por mais estranho que possa parecer, o animal possui uma dupla camada de pele", conta Cecilia Krmpotic, bióloga do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica da Argentina e principal autora do estudo ao Live Science.
"A camada mais externa, que abriga escamas cornificadas [nas quais o tecido morto forma uma camada protetora espessada] e osteodermas, atua como um manto ou cobertura sobre a camada interna, que exibe uma pelagem branca abundante e fina. Essa pele dupla é uma característica única entre os mamíferos", continua.
Enquanto isso, em qualquer uma das outras 19 espécies conhecidas de tatu o que se pode ver é apenas uma única camada de pele no dorso, coberta por escamas e osteodermos que formam as "armaduras" desses animais.
Conforme descrito pelo Live Science, o pichiciego-menor é nativo do centro da Argentina, vivendo grande parte de suas vidas em tocas escavadas por eles próprios. Pesquisadores acreditam que sua alimentação é baseada principalmente em formigas e outros insetos, mas seus hábitos ainda são incompreendidos — a maioria dos espécimes mantidos em cativeiros morrem em questão de dias.
A armadura do pichiciego-menor normalmente é dividida em duas partes: um escudo cobre a cabeça e um escudo dorsal, que cobre o restante de seu corpo. Este último ainda seria dividido em um escudo peitoral, que cobre a parte superior das costas, e um escudo pélvico que cobre a região posterior, tudo isso para protegê-lo tanto de predadores quanto do estilo de vida subterrâneo.
"Estima-se que a evolução para um estilo de vida completamente subterrâneo na linhagem ancestral do pichiciego-menor tenha ocorrido entre 32 e 17 milhões de anos atrás", descreve Krmpotic.
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Esta mudança, no caso, teria sido impulsionada pelas mudanças nas condições ambientais de ecossistemas mais áridos ao sul da América do Sul. "A flexibilidade e leveza do escudo dorsal permitem que ele se adapte ao formato dos túneis", acrescenta a pesquisadora.
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