O local foi ocupado por neandertais há mais de 65 mil anos
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 02/06/2022, às 16h43
A Cueva de Ardales é uma enorme caverna localizada na cidade de Ardales, em Málaga, na Espanha, e é conhecida por suas mais de mil pinturas e gravuras feitas por povos pré-históricos, além de diversos artefatos e restos humanos.
Os resultados das primeiras escavações, que demonstravam que a caverna servia como 'tela' para as pinturas rupestres e como local de sepultamento, foram divulgados na revista científica PLOS ONE, nesta quarta-feira, 1°.
Para compreender melhor como o local era utilizado pelos antigos hominídeos, restos mortais e artefatos de dentro da caverna foram analisados por meio de uma datação radiométrica, que pode identificar a idade de objetos a partir de elementos radioativos neles presentes. Ali, foram identificadas mais de 50 datas radiométricas diferentes, que apontavam a existência de arte paleolítica no local de até mais de 58 mil anos.
A equipe de cientistas da Universidade de Cádiz, na Espanha — liderados por José Ramos-Muñoz — apontou em comunicado que o local provavelmente teria sido ocupado a princípio por Neandertais, espécie prima humana, há mais de 65 mil anos. Os humanos modernos teriam chego na caverna há apenas 35 mil anos.
As artes que compões a Cueva de Ardales de maneira geral correspondem ao período do Paleolítico, com um padrão de figuras simples de animais, no caso das mais recentes, e sinais abstratos em pigmentação vermelha, como o caso da mais antiga do local. Nos períodos Neolítico e Calcolítico, por sua vez, o lugar foi usado para sepultamentos, conforme mostraram restos humanos ali presentes.
Os pesquisadores apontam que os hominídeos desse período não viviam na hoje chamada de Cueva de Ardales. Segundo eles, dentro dela não haviam indícios de atividades domésticas, portanto a explicação para os restos mortais encontrados não se deve a vivência desses povos ali, mas sim apenas a sepultamento.
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