Irmãos Menendez - Getty Images
Irmãos Menendez

Em documentário, Erik Menendez explica por que ele e o irmão não fugiram

Lyle e Erik Menendez detalham os assassinatos dos pais, a luta pela justiça e o impacto da 'cultura do silêncio' sobre o caso

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 07/10/2024, às 16h52

Em 'O Caso dos Irmãos Menendez', novo documentário da Netflix, Lyle e Erik Menendez rompem o silêncio sobre o assassinato de seus pais, José e Mary Louise "Kitty" Menendez, ocorrido em 20 de agosto de 1989.

Refletindo sobre suas experiências e revisitando os eventos que culminaram em suas condenações, os irmãos participam de entrevistas conduzidas em 2023, esclarecendo os abusos que alegam ter sofrido nas mãos de seu pai e o impacto que o julgamento de O.J. Simpson teve em seu destino judicial.

No julgamento também foi apresentada a hipótese de que os irmãos poderiam ter saído de casa, já que eram adultos, mas Erik contestou: "Fui preparado para saber que nunca poderia escapar, a ideia tinha sido chicoteada, espancada e treinada em meu cérebro".

Lembre-se, meu pai não era um cara bêbado dormindo na rua, ele era um astro, bem-sucedido, rico, dinâmico, uma personalidade poderosa", completou Erik.

+ Netflix lança documentário inédito sobre os irmãos Menendez

Lyle Menendez, em uma das entrevistas, revelou seu desejo de se manifestar porque acredita que "as pessoas agora podem entendê-los e acreditar" neles. Ambos explicaram que os assassinatos foram cometidos por medo, alegando que seu pai os mataria caso ameaçassem expor anos de abuso sexual.

O documentário também destaca como a absolvição de O.J. Simpson, em 1994, afetou diretamente o segundo julgamento dos irmãos. "Eu realmente não pensei que isso teria o efeito profundo no público que teve em termos de réus de alto perfil. Fomos lavados na esteira disso", disse Lyle.

No segundo julgamento, realizado logo após o veredito de Simpson, o juiz impediu que a defesa apresentasse evidências de abuso, e o júri foi instruído a escolher entre condenação por assassinato em primeiro grau ou absolvição.

"O juiz disse que Erik e Lyle não são mulheres, então a síndrome da mulher espancada não se aplica, então todo esse trauma não é relevante e não é permitido no segundo julgamento", afirmou Erik.

Reflexão

Os irmãos, que hoje cumprem pena de prisão perpétua sem direito à liberdade condicional, falaram sobre o isolamento vivido durante décadas, separados até 2018. Lyle afirmou que "não sentiu paz" até reencontrar o irmão.

Agora estamos na mesma unidade, eu o vejo todos os dias e conversamos, somos muito próximos. Levou 21 anos, foi realmente em grande parte por causa da mudança nas atitudes da sociedade sobre o caso e o abuso sexual infantil de meninos", acrescentou.

Erik refletiu sobre a mudança nas atitudes da sociedade em relação ao abuso sexual infantil, que só começou a ser discutido abertamente anos depois. "Essa cultura de silêncio existiu até os anos 90 e acho que foi quebrada nos anos 2000".

O documentário também aponta o crescente interesse pelo caso Menendez entre as gerações mais jovens, impulsionado por plataformas como o TikTok. Segundo Lyle, "os jovens entendem de maneiras que os mais velhos não entendem", e isso lhe dá esperança de que a sociedade está finalmente começando a compreender melhor o impacto do abuso sexual infantil.

Porém, Erik deixou claro que "a gravidade do crime" que cometeram não deve ser minimizada, assumindo a responsabilidade pelos assassinatos e por tudo o que aconteceu após: "No final das contas, isso aconteceu por minha causa."

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