Descoberta em Hierakonpolis revela a prática mais antiga de modificação de chifres de gado para reduzir a probabilidade do animal chifrar o tratador
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 11/11/2024, às 15h40
Uma recente descoberta em um cemitério egípcio está reescrevendo a história da relação entre humanos e animais no antigo Egito. Ao escavar o complexo mortuário de Hierakonpolis, no Alto Egito, pesquisadores encontraram crânios de ovelhas com deformações nos chifres, datados de cerca de 3.700 a.C. Essa descoberta representa o exemplo mais antigo conhecido de humanos modificando chifres de gado.
Os cientistas observaram que os chifres dessas ovelhas não seguiam o padrão natural de crescimento lateral. Em vez disso, eles eram direcionados para cima, em alguns casos chegando a ser completamente removidos. Essa manipulação intencional dos chifres era realizada quebrando e amarrando as bases, forçando-os a crescer em uma posição vertical e paralela.
Os chifres foram intencionalmente manipulados para crescer para cima e em três casos isso resultou em chifres verticais e paralelos”, escrevem os pesquisadores no estudo, publicado no Journal of Archaeological Science.
A modificação de chifres em animais é uma prática comum em diversas culturas ao redor do mundo, com o objetivo de garantir a segurança dos animais e dos humanos durante o manejo. Embora essa prática já fosse conhecida no antigo Egito, as descobertas em Hierakonpolis revelam que ela era realizada muito antes do que se imaginava.
O gado desempenhava um papel fundamental na economia e na vida cotidiana dos antigos egípcios. Além de fornecer carne, leite e outros produtos alimentícios, os animais também eram utilizados em trabalhos agrícolas e como meio de transporte.
Segundo o 'Independent', a modificação dos chifres era uma forma de adaptar os animais às necessidades humanas, tornando-os mais fáceis de manejar e menos perigosos.
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