O livro foi testado pela própria autora, Margaret Atwood, armada com um lança-chamas; veja o vídeo!
Ingredi Brunato, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 08/06/2022, às 10h51
A casa de leilões Sotheby's, dos Estados Unidos, realizou um evento na última terça-feira, 7, em que colocou à venda uma cópia única do clássico "O Conto da Aia", uma fascinante obra distópica de 1985 que se tornou um ícone feminista e inspirou uma série de mesmo nome em anos mais recentes.
A edição se diferencia de outras por ser nada menos que à prova de fogo — isso mesmo, o livro leiloado era não-inflamável, e para provar esse seu caráter inusitado, a ocasião contou com a presença da própria autora, Margaret Atwood, armada de um lança-chamas.
A escritora canadense de 82 anos comentou a experiência surreal através de sua conta oficial do Twitter: "Eu nunca pensei que tentaria queimar um de meus próprios livros... e falharia", observou, segundo repercutido pela CNN.
O objeto foi arrematado pela quantia de 130 mil dólares, ou o equivalente a mais de 632 mil reais na cotação atual.
Mais do que um item útil para colecionadores com medo de incêndios, a cópia à prova de fogo de "O Conto da Aia" foi criada como um símbolo de resistência em meio a um contexto de proibição de livros em escolas dos Estados Unidos.
Entre julho de 2021 e março de 2022, um total de 1.586 títulos diferentes teriam sido proibidos em bibliotecas escolares através do país, somando as proibições feitas por estado norte-americano, conforme dados da PEN America, uma ONG dedicada à defesa da liberdade de expressão, e também a instituição que receberá os lucros do leilão.
Dentro deste grupo de obras banidas que, para o órgão, inclui uma quantidade preocupante de narrativas centradas em pessoas de cor e pertencentes à comunidade LGBTQ+, está também, com frequência, o clássico escrito por Margaret Atwood.
Não é a primeira vez que a instigante história, que já possui quase quarenta décadas desde sua publicação original, passa por censuras:
'O Conto da Aia' foi banido muitas vezes. Vamos torcer para que não cheguemos ao estágio de queima de livros aos montes, como em 'Fahrenheit 451'. Mas, se o fizermos, vamos torcer para que alguns livros se mostrem ininflamáveis — que eles viajem no subsolo, como os livros proibidos faziam na União Soviética", afirmou Atwood em um comunicado publicado pela Sotheby's.
Confira abaixo um vídeo sobre a edição de "O Conto da Aia", que, pela primeira vez na História, é não apenas metaforicamente resistente a chamas, mas também literalmente:
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