Joel Souza - Getty Images
'Rust'

Diretor de 'Rust' quebra o silêncio após morte no set: 'Ninguém merecia isso'

O diretor de 'Rust', Joel Souza, falou sobre o impacto emocional e as consequências da morte de Halyna Hutchins durante as filmagens

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 15/08/2024, às 16h32

Joel Souza, diretor do filme 'Rust', que sobreviveu ao trágico incidente no set em que a diretora de fotografia Halyna Hutchins perdeu a vida, abriu seu coração em uma entrevista recente, revelando o impacto devastador que o evento teve em sua vida. "Uma parte de mim simplesmente deixou de existir", declarou ele à Vanity Fair, quebrando o silêncio desde o fatídico dia 21 de outubro de 2021, quando uma arma cenográfica manuseada por Alec Baldwin disparou acidentalmente, resultando na morte de Hutchins e ferindo Souza.

Na entrevista, o diretor descreveu como o acidente não apenas alterou o curso de sua carreira, mas também abalou profundamente sua identidade pessoal. "Quando digo que isso me arruinou, não estou falando da minha carreira, mas da pessoa que eu era. Essa pessoa desapareceu", afirmou o diretor.

Após anos de investigações e processos judiciais, o caso resultou na condenação da armeira Hannah Gutierrez-Reed por homicídio culposo e na absolvição de Alec Baldwin, cujas acusações foram arquivadas por falta de provas conclusivas. Apesar das decisões legais, Joel expressou uma sensação de vazio e injustiça em relação ao desfecho do caso. "Nada do que aconteceu foi justo. Ninguém merecia isso", desabafou.

Ele também refletiu sobre a ironia cruel de que 'Rust' é um filme que gira em torno de um garoto que acidentalmente atira em alguém. A produção do filme foi retomada um ano e meio após o acidente, em uma tentativa de preservar o trabalho. Souza descreveu o retorno ao set como uma experiência difícil, marcada por tensões criativas e a necessidade de concluir um projeto carregado de dor.

Erro imperdoável

Segundo o 'The Guardian', apesar das especulações sobre as causas do acidente, o americano enfatizou que a presença de uma bala real na arma foi um erro imperdoável, atribuindo a tragédia a esse único momento. "Tudo o que aconteceu nasceu daquele pecado, daquele momento", concluiu.

O filme foi finalmente concluído em março, com a ajuda da diretora de fotografia Bianca Cline, que trabalhou para preservar o legado de Hutchins. Para Joel, a importância de honrar o trabalho final de sua colega e amiga foi o que o motivou a concluir o filme, mesmo diante de tanta adversidade. "Seu último trabalho importa. Pessoas vendo seu último trabalho importam", afirmou emocionado.

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