Irmandade da Igreja da Lapa quer garantir que órgão não terá integridade física prejudicada
Luisa Alves, sob supervisão de Isabela Barreiros Publicado em 28/05/2022, às 08h35
A Irmandade da Igreja da Lapa impôs um parecer científico como condição para o envio do coração de D. Pedro I ao Brasil após a solicitação do governo brasileiro à Câmara Municipal do Porto, que teve como justificativa as celebrações dos 200 anos da Independência do Brasil.
A Irmandade da Igreja da Lapa, onde o coração está guardado e conservado hoje, exigiu um parecer científico que garanta que o órgão não correrá riscos de ver prejudicada sua integridade física durante o translado.
Segundo Maria Manuela Maia Rebelo, provedora da Irmandade da Lapa, conversas com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto foram iniciadas para que a perícia médica seja feita. A informação foi confirmada ao jornal português Diário de Notícias.
Outra vez em que um pedido semelhante ocorreu foi em 1972, quando o governo solicitou a Portugal o envio dos ossos do Imperador ao território brasileiro para a comemoração dos 150 anos da Independência. A ossada de D. Pedro I foi trazida a São Paulo, às margens do Rio Ipiranga, onde ele teria declarado a Independência do Brasil de Portugal.
George Prata, embaixador do Brasil em Portugal, foi quem fez o pedido em visita à Câmara Municipal do Porto. Segundo a imprensa portuguesa, o presidente da Câmara Municipal do Porto estaria inclinado em emprestar o órgão.
O contato foi feito por mim. Quando eu estive em Portugal, estive no Porto, visitei a Câmara Municipal e tive também uma reunião com representantes da irmandade de Nossa Senhora da Lapa” afirmou Prata.
Conservado em formol num recipiente de vidro, o órgão exige uma extensa operação para ser retirado. Primeiro, uma chave para retirar uma pesada placa de cobre; em seguida duas chaves para remover uma grade; outra para abrir uma espécie de cofre; e a última fechadura dá acesso ao vaso de prata onde está a urna, protegida pela Câmara do Porto, guardiã das chaves da urna. As informações são do jornal O Globo.
O órgão foi visto em público pela última vez há sete anos, quando a Câmara do Porto autorizou que o coração fosse mostrado em um filme sobre a vida do imperador.
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