Embora queiram ser pais, Andrea e Jay ‘torcem’ para que coração da filha pare de bater; entenda!
Redação Publicado em 23/06/2022, às 14h14
Em entrevista à BBC, por telefone, Jay Welldreyer conta que ele e a esposa Andrea Prudente sempre desejaram ser pais. Entretanto, agora, o casal espera que o coração da filha pare de bater para continuarem tendo esperanças.
"A bebê não pode viver, não há nada que possa ser feito para mudar isso. Nós a queríamos, ainda a queremos, nós a amamos, desejamos que ela pudesse sobreviver, mas ela não vai", diz.
Com uma gestação de 16 semanas, Andrea Prudente estava passando férias com a presença de Jay em Malta — arquipélago situado na região central do Mediterrâneo, situado entre a Sicília e a costa Norte da África — quando passou a perder muito sangue.
A equipe médica local relatou que ela apresentou um quadro de descolamento parcial da placenta. Naquele momento, o casal descobriu que a gestação não era mais viável. Entretanto, como o coração do bebê ainda pulsa, o procedimento de interrupção da gravidez não pode ser feito.
Começava ali a dura saga do casal que, agora, passava a ‘esperar ansiosamente' pela morte da filha que tanto sonharam em ter. Há mais de uma semana, a situação vivida por eles ainda é igual: o confinamento em um quarto de hospital.
"Estamos sentados aqui com o entendimento de que, se ela entrar em trabalho de parto, o hospital entrará em ação. Se o coração do bebê parar, eles vão ajudar. Fora isso, eles não vão fazer nada", conta Jay, já exausto e irritado.
Além da situação de estresse, o cenário fica ainda pior pois a condição de saúde de Andrea pode mudar a qualquer momento. "Com a hemorragia e a separação da placenta do útero, com a membrana totalmente rompida, e o cordão umbilical do bebê projetando do colo do útero da Andrea, ela corre um risco extraordinariamente alto de infecção, o que poderia ser evitado".
E não só estamos na situação em que estamos perdendo uma filha que queríamos, como o hospital também está prolongando a exposição da Andrea ao risco", completa.
Com a situação extrema, uma das únicas esperanças do casal, além de aguardar pela morte da filha, é que o seguro de viagem arque com a remoção médica de emergência para o Reino Unido, onde o aborto poderia ser feito.
Em Malta, conforme aponta matéria da BBC, a prática do aborto é ilegal até mesmo quando o feto não possui mais chances de sobreviver. A ilha, aliás, possui uma das leis mais rígidas da Europa em relação ao tema.
As mulheres aqui raramente têm voz", aponta a advogada Lara Dimitrijevic, presidente da Women's Rights Foundation em Malta.
"A prática geral é que os médicos ou deixam o corpo expulsar o feto por conta própria, ou — se a paciente fica muito doente e desenvolve sepse — eles então intervêm para tentar salvar a vida da mãe", completou.
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