Projeto Viva Cinemateca, responsável pela recuperação do acervo da Cinemateca Brasileira, restaurou obras do início do século 20
Redação Publicado em 28/05/2024, às 19h05
A Cinemateca Brasileira revelou um de seus projetos mais ambiciosos voltados para a restauração e preservação do cinema nacional. Por meio do Viva Cinemateca, a instituição concretizou a recuperação, digitalização e catalogação de 1.893 filmes brasileiros, incluindo muitos do período inicial do século XX, abrangendo de 1900 a 1950.
A seleção inclui a coleção em nitrato de celulose da Cinemateca, que é considerada a parte mais antiga e delicada do acervo da instituição, contendo os títulos mais antigos da cinematografia brasileira. Algumas dessas obras estarão acessíveis gratuitamente no Banco de Conteúdos Culturais (BCC) e no site da Cinemateca Brasileira.
Conforme repercutido pelo jornal O Globo, o surgimento do Viva Cinemateca reflete o desejo de modernizar e preservar o acervo da Cinemateca, o principal órgão de preservação cinematográfica do país, que nos últimos anos enfrentou dificuldades de apoio e infraestrutura.
A coleção de Nitratos da Cinemateca Brasileira foi formada por títulos sobreviventes advindos de arquivos e cinematecas de todo o país. Entre as obras recuperadas pelo projeto estão raridades como 'Barulho na universidade' (1943), filme de Watson Macedo dado como perdido; 'Ceremônias e festa da igreja em S. Maria', documentário mais antigo do acervo, filmado em 1909; 'Apuros de Genésio', filme de 1940 que será exibido no Festival de Filmes Silenciosos de Pordenone, em outubro; e 'Amazônia e Rio Exposição de 1922', uma compilação de imagens feitas por Silvino Santos entre 1919 e 1926 na região Norte do país e na então capital federal. De suma importância para a compreensão dos primórdios da cultura cinematográfica brasileira, a obra de Silvino Santos ganhou destaque recentemente com a (re)descoberta do seu primeiro longa 'Amazonas, o maior rio do mundo' (1918-1920)", afirmou o local em seu comunicado.
Também é importante ressaltar que os nitratos são substâncias altamente sensíveis e suscetíveis à autocombustão, daí a importância crucial da digitalização. Ao longo da história da Cinemateca, os nitratos estiveram associados a quatro incêndios: em 1957, 1969, 1982 e 2016.
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