LEIZA/Dominik Maschek - Escavação arqueológica na antiga Fregellae
Arqueologia

Cidade romana se rebelou contra o império e sofreu 'destruição violenta'

Após escavações nas antigas ruínas, arqueólogos descobriram que destruição do local foi tão grande que cidade ficou inabitada por quase dois séculos

Redação Publicado em 30/09/2024, às 16h40

Uma cidade sitiada pelos romanos há mais de dois mil anos, após seus habitantes se revoltarem contra o império, foi destruída de tal maneira que permaneceu desabitada por quase dois séculos, afirmam arqueólogos.

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Pesquisadores realizaram escavações nos restos da antiga cidade aliada de Fregellae, situada na atual Itália, para compreender a estrutura social e econômica antes e depois de sua destruição em 125 a.C.

As recentes escavações na mais antiga villa da região, juntamente com um acampamento militar romano fora da cidade, sugerem que o ataque devastou a subsistência da antiga cidade de tal maneira que a área ficou inabitável por mais de 170 anos.

A villa, localizada a aproximadamente 100 km de Roma, foi construída cerca de 80 anos antes do cerco a Fregellae, por volta de 205 a.C., sendo a estrutura mais antiga desse tipo descoberta na região, segundo os arqueólogos.

Os cientistas encontraram indícios da destruição causada pelo ataque romano na villa, incluindo uma camada de danos provocados por incêndio e fragmentos de cerâmica.

A vida na villa antiga

As escavações no local estão proporcionando novas perspectivas sobre a vida rural e as atividades econômicas dos habitantes da região naquela época. A análise das sementes e restos vegetais encontrados no sítio revelou que vinho, frutas e grãos eram produzidos no complexo da villa antiga.

O vinho produzido não era destinado apenas ao mercado local, mas também ao comércio mais amplo no Mediterrâneo, alcançando regiões como Espanha e França, apontam os pesquisadores.

Os cientistas agora suspeitam que a destruição do sítio visava atingir diretamente a subsistência dos habitantes da cidade. Embora o motivo da rebelião não seja totalmente claro, estudiosos acreditam que pode ter sido devido à demanda dos habitantes da cidade aliada por cidadania romana plena com todos os direitos legais, especialmente em relação à posse de terras.

Na época da rebelião, os cônsules romanos estavam em campanha no exterior, relatam os pesquisadores.

"A destruição violenta causou danos duradouros à economia de toda a região. A paisagem permaneceu desabitada por mais de 170 anos até que a área foi finalmente usada como depósito de lixo," afirma o arqueólogo Dominik Maschek do Leibniz-Zentrum für Archäologie.

Análises de sementes e restos de plantas encontrados no local - LEIZA/Anton Ritzhaupt

 

Os cientistas também avaliaram as ruínas do acampamento militar romano nos arredores da antiga cidade. Descobriram que o acampamento, construído especificamente para o cerco, cobria uma área de cerca de 90 por 143 metros, cercado por um terrapleno e um fosso.

Esta construção coincide com a estratégia militar romana e táticas de cerco, dizem os pesquisadores. "Essas novas informações consolidam nossa compreensão do cerco romano em 125 a.C.", afirmou o Dr. Maschek.

As forças romanas comandadas por Lucius Opimius atacaram e destruíram a cidade latina de Fregellae, episódio que fez parte de uma série de crises que culminaram na Guerra Social (91-87 a.C.), quando todos os aliados italianos de Roma exigiram cidadania plena.

As descobertas mais recentes revelam a extensão da destruição causada pela campanha romana contra Fregellae e mostram as mudanças que abalaram a paisagem cultural circundante após o ataque.

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