Príncipe Andrew - Getty Images
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China nega espionagem e Reino Unido mantém tensão em caso de irmão do Rei Charles

Disputa sobre laços de empresário chinês com a realeza britânica expõe divergências entre os dois países e reaviva debate sobre a influência chinesa

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 17/12/2024, às 14h00

As relações entre o Reino Unido e a China estão novamente sob tensão após um novo capítulo na saga envolvendo o príncipe Andrew e um empresário chinês acusado de espionagem.

Pequim classificou como "absurdas" as alegações de que Yang Tengbo, com quem o príncipe possui laços estreitos, teria utilizado essa conexão para fins de espionagem, enquanto Londres mantém suas preocupações com a influência chinesa.

O caso, que veio à tona na semana passada, revelou detalhes sobre a relação entre Andrew e Yang, que foi banido do Reino Unido por questões de segurança nacional. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, embora tenha expressado preocupação com os desafios representados pela China, defendeu sua abordagem de "engajamento" com Pequim.

+ Entenda o caso do suposto espião chinês ligado à realeza britânica

A decisão de manter a proibição de entrada do empresário no Reino Unido foi baseada na conclusão de que ele estava bem posicionado para "gerar relacionamentos entre altos funcionários chineses e figuras proeminentes do Reino Unido que poderiam ser alavancados para fins de interferência política pelo Estado chinês".

A revelação de que Yang também se encontrou com ex-primeiros-ministros britânicos alimentou ainda mais as preocupações sobre a profundidade de sua penetração em círculos políticos do país.

"Quando as relações são boas, e o investimento chinês é buscado, sou bem-vindo no Reino Unido. Quando as relações azedam, uma postura anti-China é tomada e sou excluído", disse Yang em declaração.

Tensão

Segundo 'O Globo', a disputa entre os dois países reflete a crescente tensão nas relações bilaterais, marcada por divergências em questões como comércio, direitos humanos e a situação de Hong Kong.

A China acusa o Reino Unido de interferir em seus assuntos internos e de utilizar a questão da segurança nacional como pretexto para restringir as relações econômicas. Por sua vez, Londres expressa preocupação com as atividades de espionagem chinesa e com a crescente influência de Pequim em diversas áreas.

O caso de Tengbo coloca em evidência a complexidade das relações entre o Reino Unido e a China, que buscam, ao mesmo tempo, cooperar em algumas áreas e competir em outras. A decisão de Starmer de se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, no mês passado, sinalizou um desejo de restabelecer os laços bilaterais.

A oposição conservadora no Reino Unido criticou a abordagem do primeiro-ministro britânico em relação à China, argumentando que o caso de Yang é apenas a "ponta do iceberg" das atividades de espionagem chinesa no país. O governo britânico, por sua vez, afirma estar ciente da ameaça e ter tomado medidas para enfrentá-la.

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