Emblemática carta foi enviada por Albert Einstein ao presidente americano Franklin Roosevelt, alertando sobre possível ameaça nuclear da Alemanha nazista
Éric Moreira Publicado em 27/06/2024, às 08h34
No próximo mês de setembro, um item bastante especial e inegavelmente impactante na história será leiloada: a carta assinada pelo físico alemão Albert Einstein endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, em que alertou sobre a ameaça nuclear da Alemanha nazista. Estima-se que o item possa ser arrematado por valores de até US$ 6 milhões.
A carta em questão fazia parte do acervo de Paul Allen, co-fundador da Microsoft. Em 2018, ele morreu aos 65 anos, e este raro documento, bem como outros artefatos, foram vendidos à empresa de leilão de artes e itens de luxo, Christie's.
Ao The Guardian, o grupo alegou que a carta possivelmente pode chamar atenção de compradores, sendo especialmente relevante na atual corrida armamentista nuclear envolvendo Estados Unidos, Rússia e China; isso sem mencionar no sucesso recente do filme 'Oppenheimer', de Christopher Nolan, vencedor do Oscar e uma representação da tensão sentida durante o período do surgimento da bomba atômica.
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De acordo com a Revista Galileu, a carta sobre a bomba atômica foi escrita em 1939, antes inclusive de a Segunda Guerra Mundial começar. Em duas páginas, Einstein — e outros cientistas que colaboraram na redação do texto — explica as razões pelas quais a comunidade científica se preocupava com a técnica de enriquecimento de urânio na fabricação de "bombas extremamente poderosas".
Embora a carta tenha sido escrita por vários cientistas, a BBC pontua que o destaque na assinatura de Einstein teria sido justamente uma estratégia para chamar a atenção do presidente Roosevelt, sendo o físico alemão uma figura já bastante conhecida e influente.
No documento em questão, o que os cientistas pedem ao governo americano é que eles também começassem a investir na criação de armas nucleares. Foi assim que o Projeto Manhattan, responsável pela criação das bombas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945, sob liderança de J. Robert Oppenheimer, surgiu.
Uma curiosidade sobre a carta é que ela foi razão de arrependimento de Einstein anos depois, visto que foi graças a ela que os Estados Unidos se tornaria, por muito tempo, o único país a fabricar bombas atômicas. Em outras cartas, ele já teria admitido que "se soubesse que os alemães não conseguiriam produzir uma bomba atômica, nunca teria levantado um dedo".
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