Carcaça de baleia na ilha Rottumerplaat, Holanda - Divulgação/Wageningen University and Research
Ciência

Carcaça de baleia revela 21 novas espécies de besouro na Holanda

Animal havia encalhado na ilha Rottumerplaat em 2020 e se tornou objeto de estudo

Isabela Barreiros Publicado em 19/05/2022, às 10h36

Uma baleia encalhou na ilha Rottumerplaat, na Holanda, em 2020, e sua carcaça se tornou uma oportunidade de pesquisa para cientistas do Instituto de Pesquisa Marinha Wageningen, que identificaram 21 novas espécies de besouro no cadáver.

A baleia-de-minke encontrada morta iria apenas ser descartada, mas, com um pedido da Direção Geral de Obras Públicas e Gestão de Água (Rijkswaterstaat), foi encaminhada para um local adequado onde pôde ser examinada, segundo informações da revista Galileu.

Ao longo de sete meses de estudo, os pesquisadores coletaram amostras e desenvolveram armadilhas para capturar os besouros que passaram a viver nos restos mortais, com objetivo de entender mais sobre a decomposição da baleia e suas consequências ambientais.

No novo local, o corpo foi vigiado por câmeras de campo que mostravam a atividade dos insetos e outros animais, como corvos e grandes gaivotas, que não conseguiram se alimentar da carcaça em decorrência da grossura da pele do animal.

Espécies de besouro

Em relação aos besouros, foram identificadas 57 espécies consumindo os restos mortais, todas elas especialistas no consumo de carne, ossos e pele. Entre elas, 21 espécies nunca tinham sido vistas anteriormente na ilha, em uma descoberta inédita para a região.

Segundo o pesquisador e líder do projeto, Rick Hoeksema, da Rijkswaterstaat, os animais foram atraídos para o continente pelo cheiro da carcaça, que não era insuportável, apenas desagradável durante uma visita mais prolongada.

Os restos mortais de baleia geralmente são descartados por poluírem o solo com cádmio, mas isso acabou não acontecendo neste caso, como mostraram dados de amostras coletadas na região. Ainda foi possível perceber um aumento dos nutrientes no solo ao redor do corpo, causando a morte da vegetação.

“Uma carcaça desse tamanho geralmente é descartada. Agora, vemos que ela tem uma função no ecossistema. Não é totalmente surpreendente, mas vê-lo funcionar na prática é especial”, afirmou Hoeksema. “Estou ansioso para aprender como o nível de nutrientes do solo se desenvolve nos próximos anos. Estudos de acompanhamento são necessários”.

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