Dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) contabilizou 131 assassinatos em 2022
Eduardo Lima, sob supervisão de Publicado em 26/01/2023, às 18h48
131 pessoas trans foram assassinadas no Brasil em 2022, de acordo com o “Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras” da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Isso faz do país, segundo o relatório, o que mais mata pessoas trans pelo 14° ano seguido. As informações são do UOL.
O número de 2022 foi um pouco menor do registrado em 2021 (140), mas a secretária de Articulação Política da Antra, Bruna Benevides, afirma que não é possível falar em queda, já que há subnotificação de casos e a diferença entre os anos é pequena.
O dossiê foi divulgado hoje (26) e entregue ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Entre as 131 mortes, o relatório indica que 130 delas referem-se a mulheres trans e travestis e só uma a um homem trans. A conclusão do dossiê é que mulheres trans e travestis têm até 38 vezes mais chance de serem assassinadas em relação às pessoas não-binárias e aos homens trans.
A pessoa mais jovem assassinada tinha 15 anos, e 90% dos mortos em 2022 estavam na faixa dos 15 aos 40 anos de idade. 76% das vítimas eram negras. O perfil das vítimas é o mesmo de outros anos: principalmente mulheres trans e travestis negras em situações de pobreza e vulnerabilidade.
Outro levantamento, publicado na semana passada pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), expôs que 242 pessoas LGBTQIA+ foram assassinadas no Brasil em 2022, sem contar 14 mortes por suicídio. Esses dados apontam para uma média de um assassinato a cada 34 horas.
Bruna Benevides diz que, para lutar contra a violência contra pessoas trans, o país precisa criar políticas públicas que vão além das questões ligadas ao sistema de justiça e à segurança pública, atuando em diversas áreas para fazer do Brasil um lugar mais seguro para seus cidadãos trans.
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