O modelo Super Tucano foi dado pelos EUA ao governo deposto
Luíza Feniar Migliosi Publicado em 17/08/2021, às 13h48
Os combatentes do Talibã tomaram pelo menos um avião de caça do modelo Super Tucano, fabricado pela brasileira Embraer, segundo o portal de notícias Veja. A foto dos homens armados com fuzis em frente a aeronave circula nos jornais estrangeiros desde domingo, 15.
O Super Tucano é um avião leve de ataque e treinamento com propulsão do tipo turboélice. O modelo tem parte dos componentes fabricados no Brasil e sua montagem é feita nos EUA.
AFEGANISTÃO: Talibã tomou aeronaves da Força Aérea Afegã, incluindo helicópteros de guerra e aviões de caça A-29 Super Tucanos vendidos pela brasileira Embraer. Explosões são ouvidas próximo a Embaixada dos EUA em Kabul e do Palácio Presidencial. pic.twitter.com/RZqXQJFo9s
— Renato Souza (@reporterenato) August 15, 2021
As Forças Armadas do Afeganistão tinham um acordo com os Estados Unidos para receber ao menos 26 aviões desse tipo. Depois que o antigo governo caiu e seus líderes deixaram o país, os talibãs tiveram acesso ao armamento de guerra.
O Talibã conseguiu invadir bases militares na cidade de Mazar-e-Sharif, onde tomaram o avião da Embraer, helicópteros e drones fornecidos pelos EUA ao governo anterior.
O caos ocorrido no Afeganistão tem como consequência a retirada das tropas norte-americanas do país, através de um 'acordo de paz' iniciado por Donald Trump em 2020. Após o ato concretizado por Joe Biden, atual presidente dos EUA, o Talibã começou a avançar no país.
O ato que representou de fato a tomada de poder se deu no último domingo, 15, quando os representantes do grupo extremista tomaram o palácio presidencial, localizado em Cabul. Isso ocorreu após o presidente do país, Ashraf Ghani, deixou o país em decorrência dos últimos acontecimentos.
Joe Biden informou que não se arrepende de ter retirado as tropas do local. "Eu mantenho com firmeza minha posição", disse o presidente durante pronunciamento exibido pela Casa Branca na última segunda-feira, 16. "Os EUA não podem participar e morrer em uma guerra em que nem o próprio Afeganistão está disposto a lutar", explica Biden.
Durante 1996 e 2001, o Talibã governou o Afeganistão, antes de ser derrubado por uma campanha liderada pelos EUA após os ataques no 11 de setembro.
Durante este período, jovens foram proibidas de frequentar as escolas e as mulheres proibidas de andar em público sozinhas, apenas acompanhadas de homens e cobrindo o corpo inteiro. Além disso, não podiam trabalhar, estudar ou serem tratadas por médicos do sexo oposto. Aquelas que se recusavam a seguir as ordens eram castigadas e executadas.
No domingo, a ativista paquistanesa e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, também compartilhou suas preocupações no Twitter.
"Nós assistimos em completo choque o Talibã assumindo o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupada com as mulheres, as minorias e os defensores dos direitos humanos. Os poderes globais, regionais e locais devem pedir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis", disse a jovem ativista.
Em 2012, Malala se tornou um símbolo em defesa dos direitos humanos depois que sobreviveu a um tiro na cabeça disparado por um atirador do Talibã no Paquistão.
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