Benedict Cumberbatch viveu modelo All no filme ‘Zoolander 2’ de Ben Stiller, lançado em 2016
Isabela Barreiros Publicado em 10/02/2022, às 07h47 - Atualizado às 08h24
Benedict Cumberbatch reconheceu que não deveria ter participado de “Zoolander 2”, dirigido e protagonizado por Ben Stiller, como um personagem não-binário. Na comédia, o ator vive a modelo All e foi alvo de críticas e boicote da comunidade LGBTQ+.
Lançado em 2016, pouco antes de Cumberbatch estrear como Doutor Estranho no filme homônimo da Marvel, o longa-metragem conseguiu pouca arrecadação e foi um fracasso na crítica, embora contasse com outros nomes de peso, como Owen Wilson, Penélope Cruz e Kristen Wiig.
Em entrevista à Variety, o artista refletiu sobre sua participação na comédia ao lado de sua colega de elenco, Cruz, e confessou que se arrepende de ter aceitado o papel. Ele afirmou que não seria escalado para viver o personagem se o filme fosse feito atualmente.
“Houve muita disputa em torno do papel, o que é compreensível agora”, explicou. “Na era atual, meu papel nunca seria interpretado por ninguém além de um artista trans. Mas eu me lembro de, na época, não pensar necessariamente nesse sentido".
"Era mais sobre dois dinossauros, dois clichês heteronormativos que não entendem esse novo mundo diverso. Mas [o tiro] saiu um pouco pela culatra", apontou Cumberbatch, que ponderou que, pelo menos, teve a oportunidade de atuar ao lado do elenco de renome.
Cruz, que interpretou uma agente da Interpol na comédia, não deixou de elogiar a performance do ator no filme. “Eu acho que foi muito engraçado o que você fez”, disse ela.
Logo após a divulgação do trailer oficial de “Zoolander 2”, ativistas LGBTQ+ passaram a criticar a forma como pessoas não-binárias, transexuais e andróginas estavam sendo representadas na produção. Uma petição online foi lançada e chegou a ser assinada por 25 mil pessoas.
No documento, lia-se: "O personagem de Cumberbatch é claramente retratado como uma zombaria exagerada e caricatural de indivíduos andróginos/trans/não-binários".
"Esse é o equivalente moderno de usar blackface para representar uma minoria. Se os produtores quisessem fazer comentários sociais sobre a presença de indivíduos trans/andróginos na indústria da moda, poderiam ter abordado modelos como Andreja Pejic para participar do filme”, continuou.
“Ao contratar um ator cis para interpretar um indivíduo não-binário de uma forma negativa, o filme endossa percepções prejudiciais e perigosas da comunidade queer em geral”, concluiu a petição na época.
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