A exposição Gods In Color está rodando o mundo e apresenta as versões coloridas de grandes obras feitas em mármore branco
Daniela Bazi Publicado em 12/12/2019, às 11h30
As esculturas gregas e romanas presentes em museus são, normalmente, feitas de mármore branco puro. Entretanto, uma nova exposição, que começou em Munique, na Alemanha, intitulada Gods In Color, vem quebrando essa tradição.
Segundo o professor de arte antiga da Universidade da Geórgia, Mark Abbe, a brancura nas esculturas clássicas é “uma mentira que todos nós acreditamos. É o equívoco mais comum sobre a estética na história da arte ocidental”.
Esse mito se consolidou por volta de 1760 a 1830, durante a era neoclássica da arte visual, época em que as obras antigas voltaram a fazer sucesso, trazendo novamente a técnica do mármore branco. Sem tantas cores, as habilidades dos escultores renascentistas poderiam aparecer com mais evidência.
Na década de 1980, o arqueólogo Vinzenz Brinkmann descobriu vestígios de manchas de cor em esculturas gregas antigas e que, de fato, revestir as obras de mármore branco com tinta brilhante era moda na antiguidade. Devido as novas tecnologias de investigação, tornou-se capaz que os estudiosos descobrissem de forma mais precisa as cores que eram utilizadas.
A exposição Gods In Color conta com esculturas gregas e romanas recriadas com gesso, e pintadas de acordo com os tons aproximados das obras originais. As pesquisas feitas através dos pequenos flocos de pigmentos que restaram nas obras foi o que determinou a paleta de cores.
Para o desenvolvimento das esculturas, os artistas deveriam consultar outras obras de arte e ler textos históricos para que a recriação fosse realista. Todas as estátuas eram frequentemente checadas para que não ocorressem erros em suas representações.
Gods In Color já conta com mais de dois milhões de visitantes ao redor do mundo, e esteve em países como Alemanha, Espanha, Turquia, México e Estados Unidos.
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