Durante o Flow Podcast, o apresentador Monark defendeu o reconhecimento do partido nazista
Redação Publicado em 08/02/2022, às 19h32
Após Bruno Aiub, amplamente conhecido como Monark, ter defendido o reconhecimento de um partido nazista por lei enquanto apresentava o podcast Flow, o coletivo Judeus e Judias pela Democracia São Paulo agiu para que Bruno entenda as consequências de sua fala.
O coletivo entrou com um pedido para que a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), o Ministério Público Estadual de São Paulo (MPSP) e também a Procuradoria-Geral da República iniciem uma investigação a respeito de Monark diante dos crimes de apologia ao nazismo, incitação à violência, injúria racial e também intolerância religiosa.
Enquanto apresentava o podcast, que contou com a participação da deputada Tabata Amaral, PSB-SP e Kim Kataguiri, do Podemos-SP, Monark disse: “Eu sou mais louco do que vocês. Eu acho que tinha que ter partido nazista reconhecido pela lei”.
Mesmo sendo rebatido por Tabata, Monark não mudou de opinião: “(...) se um cara quisesse ser anti-judeu, eu acho que ele tinha o direito de ser”, diz ele. Em seguida, o apresentador questiona: “Você vai matar quem é anti-judeu? (...) Ele não está sendo anti-vida, ele não gosta dos ideais [dos judeus]".
Após a polêmica nas redes sociais, Monark se retratou.
“Galera, eu queria fazer esse vídeo só para pedir desculpa mesmo porque eu errei, a verdade é essa. Eu tava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares no mundo, mas fui defender essa ideia de um jeito muito burro e tava bêbado. Eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Porra, eu peço perdão pela minha insensibilidade”, explicou Monark em vídeo divulgado nas redes sociais.
Em seguida, o apresentador pede 'compreensão'.
“Mas peço um pouco de compreensão. São quatro horas de conversa e eu estava um pouco bêbado. Fui insensível, sim, fui insensível e errei na forma como eu me expressei. Dá a entender que eu tô defendendo coisas abomináveis, é uma merda, errei pra caralho. Peço compreensão de vocês e peço desculpas a toda comunidade judaica. Não queria ser insensível e não foi a minha intenção. Convido os representares dessa comunidade para vir conversar comigo e explicar em sobre toda a história. Obrigado”, disse ele.
Após fala esdrúxula, o apresentador foi demitido do podcast e o episódio retirado do ar.
"Ao longo da nossa história, tratamos de termos sensíveis e polêmicos buscando promover conversas abertas sobre assuntos relevantes para a nossa sociedade, sem preconceitos ou ideias pré-concebidas, pelo que acreditamos e defendemos.
O Flow Podcast surgiu de um sentimento de liberdade, pluralidade e transparência. Com isso, carregamos a responsabilidade de nos conectar com milhões de pessoas e é inevitável que grandes decisões exijam grandes responsabilidades. Reforçamos o nosso comprometimento com a Democracia e Direitos Humanos, portanto, o episódio 545 foi tirado do ar.
Comunicamos também a decisão que a partir deste momento, o youtuber Bruno Aiub @Monark está desligado dos Estúdios Flow. Esta decisão fora tomada em conformidade com o que determinam todos os preceitos de boa prática, nossa visão e missão, as quais o Estúdios Flow compactua e segue, lamentando profundamente o episódio ocorrido.
Pedimos desculpas à comunidade judaica em especial e a todas as pessoas, bem como repudiamos todo e qualquer tipo de posicionamento que possa ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de alguma sociedade.
Por fim, aos nossos fãs, convidados, ouvidos, equipe e apoiadores, fica a mensagem de que iremos superar essa situação contribuindo para uma sociedade mais justa e transparente, o que sempre foi nosso objetivo, exprimindo opiniões francas e livres, com a liberdade de expressão amparada por preceitos legais", diz o comunicado.
Durante o Holocausto na Segunda Guerra Mundial (1939 -1941), estima-se que cerca de 5 a 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelo regime nazista, sob a justificativa de uma supremacia da raça ariana.
Ao lado de outras mentes cruéis, Adolf Hitler foi o responsável pelo massacre de judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová e outras minorias durante a Segunda Guerra Mundial.
No Terceiro Reich, aqueles excluídos da ‘raça ariana’ eram enviados para campos de trabalho forçado e execução. Uma das vítimas brasileiras do regime é o senhor Andor Stern.
“Eu tive o privilégio de ter reposto tudo que eu perdi. A vida me compensou de verdade: me deu, por exemplo, uma família maravilhosa e a oportunidade de, ainda com a minha idade, ser lúcido. Eu não tenho muito do que reclamar da vida, ainda que tenha vivido o que eu presenciei”, disse ele em entrevista ao site Aventuras na História no ano passado.
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