O país está buscando alternativas de geração de energia após a suspensão do fornecimento de gás russo devido à guerra na Ucrânia
Maria Paula Azevedo, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 29/07/2024, às 17h04
A vila de Mühlrose, situada no extremo leste da Alemanha e com uma história que remonta ao século 13, sobreviveu a diferentes momentos históricos. Agora, seus 200 moradores estão deixando o local devido à instalação de uma mina de carvão.
Mühlrose está situada na região onde a República Tcheca, a Polônia e a antiga Alemanha Oriental se encontram, é o coração da mineração de carvão na Europa comunista. Em vez de ser um símbolo de uma era passada, a vila representa o mais recente desafio do continente para se afastar do combustível sujo, especialmente após a guerra entre Rússia e Ucrânia ter abalado o fornecimento de energia.
A Alemanha, cujo governo de coalizão inclui o Partido Verde, que defende a proteção ambiental, está acelerando seus planos para abandonar completamente o carvão à medida que mais fontes de energia renovável são incorporadas, conforme repercutido pelo jornal O Globo.
No entanto, a maior economia da Europa ainda depende fortemente do carvão para a geração de eletricidade, especialmente após a interrupção do fornecimento de gás da Rússia e a decisão de manter seus reatores nucleares desligados.
O resultado é que uma gigantesca mina de carvão a céu aberto está se aproximando de Mühlrose devido à expansão da empresa de geração de energia Lausitz Energie Bergbau AG (LEAG). A mina será utilizada para extrair lignito, um tipo de carvão de baixa qualidade conhecido como carvão marrom.
No final de junho, o trabalho de demolição estava em pleno andamento. Mais de dois terços dos edifícios foram destruídos. Apenas algumas casas ainda permanecem, cercadas por placas de “proibido entrar”, enquanto o vapor das torres de resfriamento da usina que alimenta a mina se eleva no horizonte.
Mühlrose, que já abrigou 600 pessoas, será a última vila a ser eliminada devido à mineração de carvão. A espera foi longa: após a Segunda Guerra Mundial, o governo comunista da antiga Alemanha Oriental optou por construir quase todo o seu programa de energia baseado em lignito. Na década de 1960, o cemitério de Mühlrose foi removido para dar lugar à mineração, e, com o tempo, outras áreas da vila também foram afetadas.
A extração de carvão marrom na mina foi encerrada em 1997, e os residentes acreditavam que a mineração havia chegado ao fim. No entanto, uma década depois, a empresa sueca Vattenfall – que na época controlava as operações de mineração – reverteu essa perspectiva e anunciou planos para expandir a atividade.
Há cinco anos, a maioria dos moradores de Mühlrose decidiu deixar a vila, após quase três décadas de resistência à expansão da mineração de lignito. Aproximadamente metade dos residentes se transferiu para um novo local de reassentamento, chamado Mühlrose-neu, que fica a uma curta distância de carro.
A LEAG planeja assumir toda a área até o final deste ano e iniciar a escavação em 2029. Caso a autoridade de mineração aprove os planos de destruição, os proprietários das florestas já estão preparando uma ação legal, segundo René Schuster, ativista do grupo ambiental Green League.
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