Estudo analisou a confecção da peça, descobrindo sua impressionante modernidade
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/03/2022, às 16h04
As calças mais antigas das quais temos conhecimento foram encontradas nos anos 70 em um corpo mumificado no oeste da China. Com 3.200 anos de idade, pertencia a um cavaleiro que ficou conhecido como "Turfan Man" pelo fato de sua cova ser próxima da cidade chinesa de Turfan.
Desde então, a peça de roupa chama atenção dos cientistas — porém, foi apenas no último mês de março que um estudo publicado no Science Direct anunciou ter descoberto de que forma foi confeccionada a famosa calça.
O primeiro tecido identificado foi a sarja, que exige, por si só, toda uma complexa técnica de tecelagem que, ao criar linhas paralelas e linhas diagonais, permite que a lã adquira um caráter elástico.
Outras duas técnicas, no entanto, foram utilizadas, sendo a primeira delas uma tecelagem de tapeçaria, que configura os joelhos da calça, uma área onde um tecido mais espesso é bem-vindo para proteger a articulação.
A segunda, por sua vez, está localizada no cós, e permite que aquele que usar a peça possa mover as pernas com liberdade, uma característica útil para alguém montando um cavalo, conforme repercutido pelo Science News.
A descoberta dessa mistura de conhecimentos de tecelagem surpreendeu os pesquisadores, no entanto, ao mesmo tempo, também é algo esperado do local onde Turfan Man foi encontrado.
Isso, pois, o dono das primeiras calças conhecidas da história humana foi enterrado em uma área de grande compartilhamento cultural, onde comerciantes de diferentes locais se encontravam: era o lugar que posteriormente ficaria conhecido como Rota da Seda.
“Uma diversidade de técnicas e padrões têxteis de diferentes origens, tradições e épocas locais se fundiram em algo novo nesta peça. A Ásia Central Oriental era um laboratório onde pessoas, plantas, animais, conhecimentos e experiências de diferentes direções e fontes vinham… e se transformavam", concluiu a arqueóloga Mayke Wagner, que é diretora do Instituto Arqueológico Alemão e esteve envolvida na pesquisa.
Dessa forma, o item de vestuário uniu culturas e conhecimentos da mesma forma como ocorre com tanta frequência em nosso mundo globalizado atual.
+ Confira o estudo completo aqui.
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