Achado foi na capital do Peru e arqueólogos acreditam ter uma resposta sobre o que eles faziam lá
Fábio Marton Publicado em 28/08/2017, às 13h44 - Atualizado em 16/10/2018, às 11h49
Restos mortais de homens chineses foram encontrados numa escavação arqueológica no topo de uma huaca, uma pirâmide de adobe, em Lima, capital do Peru.
A construção data de por volta do ano 1000. Mas não precisa tirar da gaveta as teorias do contato pré-colombiano com os chineses: os restos são dos séculos 19 e 20 e sua origem não tem nenhum mistério. Eram trabalhadores chineses que passaram a imigrar para o Peru após o fim da escravidão.
Dante Piaggio / El Comercio
11 deles foram simplesmente deixados lá envolvidos em panos, mas 5 outros tinham caixões de madeira, o que, para a líder da pesquisa, a arqueóloga Roxana Gomez, indica sua ascensão social, da inicial miséria extrema para uma situação remediada.
A Igreja católica negava aos chineses um enterro nos cemitérios cristãos, exceto se se convertessem. Segundo Roxana, os chineses então viram na huaca abandonada algo que lhes parecia um local sagrado, e o escolheram para deixar seus entes queridos.
A pirâmide onde foram encontrados os chineses / Reprodução
A huaca de Bellavista, como é chamada, foi começada pela cultura Ichma no século 11 e depois anexada e expandida pelos incas, no século 15. Apenas os nobres eram enterrados lá. Os espanhóis consideravam as huacas construções pagãs idólatras. No século 19, o entorno de Bellavista serviu para vinícolas e plantações de algodão, nas quais os chineses devem ter trabalhado.
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