A descoberta de corpos com marcas de fuzilamento e ossos estilhaçados respondeu uma questão quase secular
Wallacy Ferrari Publicado em 30/04/2022, às 09h00 - Atualizado em 05/05/2022, às 09h11
Alexei, filho de Nicolau II e herdeiro do trono imperial russo, e de sua irmã Maria, não apenas marcados como símbolos da reta final do czar na Rússia, mas também protagonizaram um mistério que perdurou ao longo de um século, pouco após o assassinato conjunto deles com membros da família real em 1918.
Durante décadas, os restos mortais da família, incluindo a do monarca, permaneceram desaparecidos, sendo encontrados apenas em 1979, em uma estrada que levava a Koptiaki. Contudo, os exames de identificação dos corpos chamou atenção de pesquisadores na época, que notaram a ausência dos corpos dos filhos de Nicolau II.
Nos anos seguintes, o local dos dois jovens nunca foi apontado com exatidão até que, em agosto de 2007, duas ossadas, sendo uma feminina e outra masculina, foram encontrados nos montes Urais.
Assim, foram levadas para identificação, mas sem nenhuma suspeita inicial de relação com o episódio de 1918. Entretanto, a análise laboratorial confirmou que tratavam-se dos filhos do czar.
De acordo com o portal G1 em reportagem daquele ano, a confirmação pública se deu em 23 de agosto daquele ano, quando arqueólogos russos detalharam que estavam em uma floresta a caminho de Yekaterimburgo, capital da região dos Urais.
Acredita-se que estes foram enterrados separados para despistar a busca do restante dos corpos, visto que estavam bem longes dos outros membros da família.
A localização dos novos corpos foi facilitada após um documento, que antes era secreto, ser divulgado contando a trilha das execuções; escrito por Yakov Yurovski, que conduziu o fuzilamento, o restante dos membros tiveram os corpos destruídos com ácido sulfúrico, ao contrário de Alexei e Maria, que tiveram características mantidas para induzir o erro nas buscas.
Segundo os resultados das investigações anatômicas e morfológicas realizadas, pode-se concluir que, com quase toda a certeza, os restos pertencem ao czarevich [príncipe-herdeiro] Alexei e à grã-duquesa Maria", afirmou na época Vladimir Gromov, então subchefe do departamento legista da região de Sverdlovsk, nos Urais.
A descoberta também pôde revelar a brutalidade dos últimos momentos dos herdeiros em vida. Diversos ossos estavam estilhaçados em diversos pedaços de vários tamanhos, sendo muitos deles próximos de balas de diversos calibres e dentes espalhados. Outros objetos foram encontrados próximos aos esqueletos, como pedaços de cerâmica.
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